O líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, criticou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, por nenhum deles ter tido "uma palavra" para os portugueses que vivem em Moçambique e Venezuela, países que vivem dias de conflito.
Para o político, ignorar essas comunidades é um "sinal claro de submissão a regimes que condenam o seu povo à fome e miséria".
"Nem o Presidente da República nem o primeiro-ministro tiveram uma palavra nas suas mensagens de Natal e Ano Novo para as comunidades portuguesas em Moçambique e Venezuela. Sinal claro de submissão a regimes que condenam o seu povo à fome e miséria e má consciência perante o sofrimento dos portugueses que ali vivem", escreveu Rui Rocha na rede social X.
Nem o PR nem o PM tiveram uma palavra nas suas mensagens de Natal e Ano Novo para as comunidades portuguesas em Moçambique e Venezuela. Sinal claro de submissão a regimes que condenam o seu povo à fome e miséria e má consciência perante o sofrimento dos portugueses que ali vivem.
— Rui Rocha (@ruirochaliberal) January 2, 2025
Esta mensagem vem sublinhar o que o política já tinha dito na primeira reação ao discurso de Ano Novo de Marcelo Rebelo de Sousa, onde partilhou da "preocupação óbvia" face à evolução do relacionamento dos Estados Unidos com a União Europeia, mas apontou a ausência a referências à situação política em Moçambique e na Venezuela, países com "centenas de milhares de portugueses".
Tumultos em Moçambique
Recorde-se que o Conselho Constitucional (CC) proclamou em 23 de dezembro Daniel Chapo como vencedor da eleição para Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 9 de outubro.
Este anúncio provocou novo caos em todo o país, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane, candidato presidencial que obteve 24% dos votos (segundo o CC), nas ruas, com barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar a desmobilização.
Pelo menos 176 pessoas morreram nas manifestações na semana que se seguiu a esse anúncio dos resultados finais, elevando para 278 o total de óbitos desde 21 de outubro, e 586 baleados, segundo o mais recente balanço feito pela plataforma eleitoral Decide, que monitoriza os processos eleitorais em Moçambique.
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