Este anúncio foi feito pelo ministro da Defesa português à margem da 25.ª reunião do Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia, que decorre na base aérea norte-americana de Ramstein, na Alemanha, sob a presidência dos Estados Unidos da América e com a presença do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
Nuno Melo afirmou que, em 2024, Portugal tinha assumido o compromisso de ajudar a Ucrânia - invadida pela Rússia em fevereiro de 2022 - com cerca de 221 milhões de euros.
"Desses 221 milhões de euros, para 2024, eu devo-lhe dizer que Portugal, posso agora anunciar, superou esse investimento. Posso-lhe comunicar que a ajuda portuguesa rondará neste momento, sujeita ainda a confirmação final, um valor próximo dos 226 milhões de euros", anunciou o ministro em declarações à Lusa enquanto ainda decorrem os trabalhos deste grupo.
Nuno Melo evidenciou a "diversidade desse investimento", enumerando que 100 milhões de euros foram investidos "na coligação Checa para aquisição de munições" e 52 milhões de euros na coligação do Reino Unido para aquisição de drones, que serão produzidos em Portugal.
Um comunicado do Ministério de Defesa britânico emitido hoje faz referência a esta ajuda de Portugal e especifica que se trata de drones de informação, vigilância e reconhecimento.
Nuno Melo lembrou a entrega de "oito helicópteros Puma, já depois da entrega dos Kamov, veículos blindados M113, obuses de 155 milímetros, o treino de pilotos em F-16 ao abrigo da 'Air Force Coalition' ou de marinheiros ucranianos ao abrigo da 'American Coalition', no que tem a ver com sistemas autónomos, e muito mais".
"E o que lhe quero também dizer é que este empenho português será para manter em 2025", garantiu.
O ministro lembrou a intenção do Governo PSD/CDS-PP de investir nas indústrias de Defesa e afirmou que Portugal "terá nestas possibilidades particularmente sofisticadas e tecnológicas uma atenção especial".
"Até porque o curso da guerra na Ucrânia demonstra-nos da inevitabilidade, da necessidade da utilização deste tipo de bens e de equipamentos", salientou.
O denominado Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia - conhecido como grupo Ramstein - é composto por mais de 50 nações aliadas que se reúnem para coordenar o apoio militar àquele país, invadido pela Federação Russa há quase três anos.
Este grupo, liderado pelos Estados Unidos da América (EUA), foi criado em abril de 2022 na base de Ramstein, com a participação dos ministros da Defesa de mais de 40 países, incluindo de Portugal.
Esta reunião decorre a 11 dias da tomada de posse do próximo Presidente dos Estados Unidos da América, o republicano Donald Trump, que já criticou os biliões de dólares libertados pela administração Biden para a Ucrânia, numa altura em que ainda não se sabe qual será o futuro do apoio dos norte-americanos a Kyiv ou se estas reuniões vão continuar com este formato.
[Notícia atualizada às 15h24]
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