Um corpo que deu à costa na praia de Arnela, em Porto do Son, na Galiza, no Dia de Reis, poderá ser o de uma mulher que está desaparecida desde o dia 29 de dezembro. Além das características físicas, a roupa envergada pelo cadáver corresponde à usada pela cidadã venezuelana de 50 anos, que foi vista pela última vez naquele dia, em Esposende.
A vítima, que foi encontrada por transeuntes pelas 13h50, aparentava ter cerca de 50 anos e traços sul-americanos, ainda que tivesse "sinais claros de ter passado vários dias à deriva no oceano", de acordo com o La Voz de la Galicia.
O mesmo meio adiantou que, apesar dos hematomas, a mulher não mostrava sinais de violência.
Uma vez que não havia registo de desaparecimentos compatíveis, a Guardia Civil equacionou que o corpo poderá pertencer a Priscila Soledad Montalvo Morán, que desapareceu a 29 de dezembro, na localidade portuguesa.
O corpo, que estava sem camisola, envergava leggings pretas, calções e sapatilhas brancas. Por seu turno, no dia do seu desaparecimento, Priscila vestia um casaco preto, t-shirt e leggings pretas, com calções azuis por cima, e calçava umas sapatilhas brancas, de acordo com a família.
Apesar de não ter sido alertado pelas autoridades, o marido de Priscila, Víctor, confessou à imprensa espanhola que, depois de ter visto uma fotografia, crê que o cadáver pertence à sua esposa.
"É ela, de certeza. Conheço o corpo dela e as roupas são as mesmas que ela tinha vestidas quando a vi pela última vez", disse, em declarações ao La Opinión A Coruña.
O homem detalhou que Priscila desapareceu pelas 19h00, na sequência de uma discussão.
"Estávamos em casa, em Esposende; ela saiu para tomar um café com uma amiga e, quando voltou, começou a discutir. Disse-lhe para não gritar tanto, porque temos dois filhos, um dos quais é menor. Ela foi-se embora e nunca mais voltou", recordou, tendo dado conta de que a mulher levou também "uma mala com os seus documentos, algum dinheiro e o telemóvel".
"Trabalho em Valência e tinha vindo passar as férias de Natal a casa. Não sei quem são as amigas dela, nem com quem se costumava encontrar. Parece que, depois de ter saído de casa, falou com uma amiga ao telefone", complementou.
Na quarta-feira, a imprensa espanhola avançou que a autópsia não revelou qualquer indício de que a morte tenha sido provocada por um ato criminoso, mas que não foi possível apurar uma causa. Aguardam-se, agora, os resultados da análise ao ADN e às impressões digitais da vítima, por forma a determinar a sua identidade.
Ao que parece, a venezuelana foi vista pela última vez a caminhar perto de um hotel em Esposende, perto da costa. Alguns relatos colocam-na dias depois em Viana do Castelo, a mais de 20 quilómetros de cada e a mais de 200 quilómetros de Porto do Son.
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