Segundo anunciou hoje a biofarmacêutica Gilead Sciences, nesta edição foram selecionados cinco projetos de investigação e cinco comunitários nas áreas do VIH (vírus da imunodeficiência humana que causa a SIDA), hepatites virais crónicas e cancro da mama, de um conjunto de 47 apresentados por entidades do SNS, instituições académicas e científicas e organizações não governamentais.
O programa Gilead Génese, que conta com o alto patrocínio do Presidente da República, foi criado em 2013 para incentivar a investigação, a produção e a partilha de conhecimento científico nacional e para promover iniciativas de boas práticas no acompanhamento dos doentes.
Ao longo das dez edições, o programa investiu perto de três milhões de euros no apoio a 124 projetos de investigação e de intervenção comunitária de 51 entidades nacionais, em áreas como VIH, hepatites virais crónicas, infeções fúngicas, covid-19, linfomas e cancro da mama.
Na área a intervenção comunitária, o programa premiou um projeto de prevenção através de vídeo consultas de medicina genética para mulheres jovens em risco de cancro da mama hereditário, apresentado pela associação EVITA.
Ainda nesta área, foi selecionado um projeto da associação Abraço que visa a eliminação das hepatites virais e a prevenção e tratamento do VIH em populações vulneráveis e de difícil acesso como refugiados, migrantes e sem-abrigo.
Apresentado pela Positivo - Grupos de Apoio e Autoajuda, outro dos projetos vencedores pretende criar um serviço individualizado que facilite o acesso aos cuidados de saúde e ao tratamento na área da infeção VIH/Sida.
Já o projeto "Mulheres com Voz", da responsabilidade da Associação Humanitária de Saúde e Apoio Social, visa capacitar um grupo de 10 mulheres africanas que vivem com VIH para serem agentes de mudança na sua comunidade.
Também na área das hepatites virais crónicas e da infeção VIH/SIDA, o GAT - Grupo de Ativistas em Tratamento apresentou um projeto para promover a ligação, adesão e retenção ao tratamento, através de um serviço de acompanhamento individualizado.
Quanto aos projetos de investigação, o i3S - Institute for Research and Innovation in Health propõe-se criar, no âmbito das hepatites virais, um modelo 'in vitro' da fibrose hepática humana, utilizando biomateriais e células hepáticas humanas, que permitirá avaliar novos fármacos num contexto que se assemelha mais à clínica, comparando com os modelos animais atualmente usados.
Na área do cancro da mama, o I3S apresentou o projeto "INVEST" para estudar soluções inovadoras que permitam compreender e combater as metástases cerebrais, uma complicação grave que impacta fortemente a qualidade de vida das doentes com cancro da mama e das suas famílias e que apresenta ainda opções terapêuticas limitadas.
Também nesta área, o Instituto Gulbenkian de Medicina Molecular pretende, com o seu projeto vencedor, compreender os mecanismos que levam às metástases cerebrais, que são uma das principais causas de morte em doentes com cancro da mama.
A mesma instituição viu também ser financiado um outro projeto para desenvolver um nanossistema inovador capaz de regular negativamente o RANK, reduzindo a agressividade tumoral, superando a resistência terapêutica e limitando a evasão imunitária em diferentes subtipos de cancro da mama.
A NOVA Medical School - Faculdade de Ciências Médicas foi outra das vencedoras da décima edição dos prémios com o projeto para identificar os neutrófilos específicos com o objetivo de melhorar a eficácia da imunoterapia no cancro da mama triplo negativo, o mais agressivo e difícil de tratar.
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