O briefing do Conselho de Ministros contou, esta quinta-feira, com a presença da ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, e com o ministro da Presidência, António Leitão Amaro. Na reunião que o antecedeu, foram aprovados quatro diplomas, no âmbito da anticorrupção.
"Hoje é um dia bom para a Justiça e para o combate à corrupção", começou por dizer Rita Alarcão Júdice.
Segundo a ministra um dos diplomas aprovados diz respeito ao Mecanismo Nacional Anticorrupção (MENAC), dando-lhe uma "nova vida".
"Não tenho qualquer hesitação em dizer que é um bom dia para a justiça e para todos os que querem uma justiça célere e independente", acrescentou.
Quando as medidas entrarem em vigor, afirmou a governante, estas terão efeitos "práticos". Quanto ao MENAC, a ministra disse que seria criado um conselho de administração, com mandatos de quatro anos.
"Queremos um MENAC decisivo. Vamos querer mais do MENAC", afirmou.
Um segundo diploma "vem repor a prevenção da corrupção nas autarquias locais ao disponibilizar os meios necessários para revigorar a atuação das entidades que herdaram essas competências", explicou.
Rita Alarcão Júdice anunciou que seriam contratados mais 50 inspetores até 2027, 30 dos quais recrutados este ano. "Vamos privilegiar a IGF", afirmou, dando conta de que se dedicariam à "corrupção nas autarquias locais". "Quase metade das denúncias de corrupção têm origem nas autarquias", atirou.
Quanto à terceira medida, a ministra explicou que o Conselho de Ministros vai permitir que possam concorrer ao Supremo Tribunal de Justiça magistrados desembargadores "mais novos", alargando assim a base. "Este diploma altera muitas outras normas relativas ao funcionamento dos Tribunais, incluindo as que viabilizam a criação de assessorias aos magistrados nos tribunais de 2.ª instância, onde não atualmente existem", afirmou.
Quanto ao quarto diploma, a ministra apontou que se querem eliminar algumas práticas, e que este diploma será o mais "saudado por operadores judiciais", sendo a proposta de lei "que altera o Processo Civil, revendo as regras da distribuição dos processos judiciais".
"Agenda anticorrupção não era apenas um PowerPoint", asseverou.
(Re)veja o briefing do Conselho de Ministros:
[Notícia atualizada às 17h11]
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