"Espero, primeiro-ministro, recebê-lo em breve na COP-30, na bela cidade de Belém, no estado do Pará", até porque "o futuro do planeta requer que todos, sem exceção, cumpram os compromissos assumidos no Acordo de Paris e alinhem ambição e financiamento", disse Lula da Silva, em conferência de imprensa, no fim da 14.ª Cimeira Luso-Brasileira, no Palácio do Planalto, em Brasília, ao lado do primeiro-ministro português, Luís Montenegro.
Em resposta, Montenegro garantiu: "Eu cá estarei."
Luís Montenegro recordou ainda que o grupo Vila Galé, "tem precisamente a pretensão de inaugurar a sua 11.ª unidade turística em Belém do Pará, na COP30".
"Vamos ver se não terá no primeiro-ministro português um de seus primeiros clientes. Logo veremos. Eu cá estarei. Agora depende da capacidade da unidade estar pronta a tempo e a horas", acrescentou.
Espera-se que 50 mil pessoas participem na COP30, mas a capacidade hoteleira atual é de cerca de 20 mil camas, pelo que o Governo brasileiro está a planear construir novos hotéis, adaptar escolas, fechar acordos com a Airbnb e até atracar dois grandes navios de cruzeiro num porto perto da cidade.
O Presidente do Brasil já reconheceu falta de hotéis em Belém, que acolhe a COP de 10 a 21 de novembro de 2025.
Entretanto, os preços dos apartamentos e dos quartos de hotel subiram para níveis exorbitantes em Belém.
O Brasil preside este ano à COP30, num momento crucial para garantir medidas concretas para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus celsius acima dos níveis pré-industriais, estabelecido no Acordo de Paris em 2015.
O acordo prevê uma série de metas para a redução de emissões de gases com efeito de estufa, cuja implementação tem sofrido atrasos e resistências, ao mesmo tempo que o aquecimento global avança. Em janeiro, o centro europeu Copernicus informou que o ano de 2024 foi o mais quente da história e o primeiro a ultrapassar a marca de 1,5 graus celsius de aumento na temperatura média da Terra face aos níveis pré-industriais.
A COP30 no Brasil terá de resolver questões relativas ao financiamento aos países em desenvolvimento que ainda estão pendentes e que, segundo especialistas de todo o mundo, se tornarão mais difíceis já que o atual Presidente norte-americano retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris num dos primeiros atos administrativos que assinou depois da posse, como já havia feito em 2017, durante o seu primeiro mandato.
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