Esperou 36 horas por diagnóstico de enfarte. IGAS abre inquérito

A Inspeção-Geral das Atividade em Saúde (IGAS) determinou a abertura de um inquérito para apurar os factos que levaram um utente a esperar 36 horas, no hospital de Viana do Castelo, para lhe ser diagnosticado um enfarte do miocárdio.

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Lusa
28/02/2025 14:38 ‧ há 3 horas por Lusa

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Viana do Castelo

Em resposta, hoje, por escrito a um pedido de esclarecimento enviado pela agência Lusa, a IGAS refere que o processo de inspeção foi instaurado, na quarta-feira, por despacho do inspetor-geral, com vista a apurar a assistência médica prestada ao utente no Hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo.

 

"Por despacho do Inspetor-geral de 26 de fevereiro de 2025, foi determinada a abertura de um processo de inspeção para apurar os factos relacionados com a assistência médica prestada a um utente, no dia 18 de outubro de 2023, no Hospital de Santa Luzia, atualmente integrado na Unidade Local de Saúde do Alto Minho, E.P.E", lê-se na nota.

O caso remonta a outubro de 2023. Ricardo Gonçalves, de 48 anos, deu entrada no hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo com sintomas que associou às de um enfarte do miocárdio, mas só 36 horas depois é que o diagnóstico confirmou as suas suspeitas.

Também esta semana, a Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) instaurou um inquérito interno para apurar "os factos e avaliar os procedimentos adotados" no atendimento ao utente.

Na resposta, por escrito, a um pedido de esclarecimento enviado pela agência Lusa, a administração da ULSAM explica que o inquérito interno foi instaurado quando teve conhecimento do caso através de uma reportagem da CNN/TVI.

A administração da ULSAM adianta que, na altura, o utente "não efetuou qualquer exposição ou reclamação nos canais internos da instituição".

Contactado pela agência Lusa, Ricardo Gonçalves disse ter apresentado queixa-crime por ofensas à integridade física por negligência, junto do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Viana do Castelo, no dia 05 de julho de 2024.

Ricardo Gonçalves acrescentou ter "temido pela vida" e que, "quando perderam as segundas colheitas ao sangue" que lhe fizeram, pediu para "assinar o termo de responsabilidade".

"Queria sair dali [hospital] porque senti que me iam deixar morrer", frisou.

O doente acabou transferido para o hospital de Braga para receber tratamento.

Fonte judicial contactada pela agência Lusa adiantou que "o inquérito está a decorrer com normalidade e que, normalmente, há um prazo de seis meses, para apurar se a queixa tem fundamento".

Na nota enviada à Lusa, a ULSAM afirma "já ter sido chamada a pronunciar-se".

"No âmbito desse processo, o tribunal solicitou registos clínicos, os quais foram remetidos nos prazos estabelecidos. Reafirmamos o compromisso da instituição com a qualidade e segurança dos cuidados prestados aos nossos utentes, aguardando a conclusão do inquérito interno para um esclarecimento cabal dos acontecimentos", refere a ULSAM.

Leia Também: Mais de 460 chamadas para o INEM abandonadas eram de "prioridade máxima"

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