Estado da Califórnia quer aprender com gestão da seca no Algarve

O presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) disse hoje à Lusa que a Califórnia, no sudoeste dos Estados Unidos, quer aprender com a gestão da "pior seca de sempre" no Algarve.

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© Agência Portuguesa do Ambiente

Lusa
27/03/2025 14:55 ‧ há 3 dias por Lusa

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"Tivemos um encontro com as instituições da Califórnia, para no fundo, connosco, perceber o trabalho que tínhamos feito na gestão da seca no Algarve, que foi exemplar", defendeu José Carlos Pimenta Machado.

 

O dirigente disse que este trabalho foi também "muito elogiado em Bruxelas", mas sublinhou que o mérito é "dos setores urbano, o turismo e a agricultura, que deram uma lição ao país".

Pimenta Machado recordou que a seca levou a "medidas muito restritivas", incluindo uma resolução do Governo que apelava às cidades para reduzirem o consumo de água em 10%, assim como a cortes de 3% no turismo e agricultura.

"Isso mostra muito aquilo que é a consciência da população em geral para o tema da água, para o tema da seca, que é o que nos espera no futuro. Os sinais do clima dizem-nos exatamente isso", alertou o presidente da APA.

Apesar da instabilidade política, com as quartas legislativas em cinco anos e meio marcadas para 18 de meio, Pimenta Machado defendeu que "há um certo consenso nos partidos políticos, mas também na sociedade, quanto ao caminho que Portugal tem feito".

De acordo com dados da APA sobre as barragens do Algarve, a da Bravura está atualmente a 56% da sua capacidade, quando em dezembro estava a 11%, e a do Arade com 59%, quando há poucos meses era a única do país abaixo dos 10%.

Pimenta Machado disse que, após "o ano mais seco de sempre", Portugal teve "uma benção do São Pedro", com seis tempestades desde o início de 2025, incluindo, já em março, a depressão Jana, que afetou sobretudo o sul do país.

"Multiplicámos quase por quatro vezes a água que tínhamos no ano passado" nas barragens do Algarve, que atualmente tem reservas para quase três anos de consumo, sublinhou o presidente da APA.

Mas Pimenta Machado sublinhou a necessidade de "reforçar a resiliência" do abastecimento de água e deu como exemplo um plano para duplicar a capacidade da adutora que liga as duas barragens do Sotavento às quatro barragens do Barlavento, para "aumentar a flexibilidade da gestão do sistema".

Outra prioridade é usar águas residuais que já passaram por uma Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) para usos que não impliquem o consumo humano, acrescentou o dirigente.

"Não faz sentido usar a água que nós bebemos para regar jardins, regar campos de golfe. Não faz sentido nenhum", sublinhou Pimenta Machado.

O presidente da APA falava à margem do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau 2025, que começou hoje e decorre até sábado.

Leia Também: Gestão articulada com Espanha minimizou cheias do rio Tejo

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