Moradores manifestam-se pelo direito à habitação em Santo António dos Cavaleiros

Moradores, apoiantes e organizações da sociedade civil vão manifestar-se neste domingo, em Santo António dos Cavaleiros, no concelho de Loures, onde "centenas de famílias estão a ser empurradas para fora das suas casas".

Notícia

© CML

Lusa
11/04/2025 17:19 ‧ há 2 semanas por Lusa

País

Loures

Em comunicado, a organização da manifestação em defesa do direito à habitação culpa "rendas incomportáveis, contratos abusivos e negócios feitos à porta fechada entre grupos privados e instituições que deviam proteger os cidadãos" pela situação em que se encontra mais de uma centena de famílias que residem num dos prédios que pertenciam à companhia de seguros Fidelidade no concelho de Loures, distrito de Lisboa.

 

Em causa estão três torres na localidade de Santo António dos Cavaleiros, que foram vendidas pela Fidelidade à imobiliária Zona Certa.

Muitos dos 124 agregados familiares que vivem nas torres -- uma de 12 andares e duas de 10 -- estão agora a ser notificados do aumento da renda, que, nalguns casos, ascende a 200 euros.

Em outubro de 2017, a Fidelidade anunciou que queria "reforçar a solidez" da empresa com a venda de 277 imóveis, localizados em várias partes do país, incluindo dos três prédios em Santo António dos Cavaleiros.

Em 2018, os moradores das três torres tornaram público o risco de despejo e realizaram várias ações para contestar o processo.

O mediatismo do caso, que chegou a motivar uma audição parlamentar, levou a que a Fidelidade aceitasse renovar os contratos destes moradores, colocando os edifícios em regime de arrendamento acessível.

Porém, no final do ano passado, a seguradora acabou mesmo por vender os imóveis à imobiliária Zona Certa -- que a Lusa tentou contactar, mas sem sucesso.

À Lusa, a comissão de moradores adiantou que também não recebeu qualquer indicação da imobiliária, à qual endereçou hoje um "pedido de diálogo".

A situação nas "Torres Fidelidade", como são conhecidas, "não é um caso isolado", mas sim "o retrato de um país onde a habitação se tornou um negócio e quem vive nela uma variável descartável", denunciam os organizadores do protesto de domingo (o segundo, após um primeiro em março).

"Esta manifestação não é apenas um grito de revolta, é um ato de resistência", situam.

Com concentração marcada às 15:30, junto aos CTT de Santo António dos Cavaleiros, a manifestação desfilará pelas ruas do bairro até às torres, "símbolo da especulação imobiliária, do abandono político e da crise habitacional que se agrava a cada dia".

Leia Também: "Violação não tem perdão". Centenas protestam em frente ao Parlamento

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas