Programa de oferta de assinaturas de media a jovens "é anémico"

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) classificou hoje de "anémico" o programa de oferta de assinaturas de media a jovens, considerando que este é "pouco capaz de contribuir para melhorar a saúde do jornalismo".

Notícia

© Pixabay

Lusa
11/04/2025 19:07 ‧ há 1 semanas por Lusa

País

Sindicato dos Jornalistas

"A publicação em Diário da República da Portaria n.º 161/2025/1, de 08 de abril, permite às empresas a adesão ao programa de oferta de assinaturas digitais de publicações periódicas a todos os jovens, entre os 15 e os 18 anos, inclusive", refere o SJ.

 

As publicações interessadas, "de cariz generalista e económico, têm até 22 de abril para aderir a esta oferta, que o Sindicato dos Jornalistas considera anémica e pouco capaz de contribuir para melhorar a saúde do jornalismo".

Segundo a portaria n.º 161/2025/1, "este programa vai pagar 20 euros por assinatura, válida por dois anos, às publicações".

"Além de ir em sentido contrário ao proposto pelo SJ de não delimitar quotas máximas para cada título, num esforço de promover a diversidade e pluralidade, o apoio não chega a um euro por dia por subscrição, ficando-se por 10,60 euros por ano, por assinatura, muito longe dos valores de mercado", sustenta.

Apesar "da curta vida deste Governo, o SJ lamenta que não tenha avançado com outras medidas do Plano de Ação para a Comunicação Social, incluindo uma sugestão do Sindicato e que consta do plano: a comparticipação em 50% na compra de jornais e revistas em papel ou de assinaturas 'online'".

Seria uma "proposta que contribuiria para o objetivo governamental de promover a literacia mediática, com a perspectiva de aportar mais encaixe financeiro às empresas, tendo em conta o valor praticado pelas assinaturas, que rondam os 60 a 80 euros, consoante os títulos", salienta o SJ, que lamenta que "várias outras medidas propostas pelos representantes dos jornalistas não tenham sido acolhidas pelo Governo".

Entre elas constam "a isenção de IVA para os 'freelancers', que têm ainda de pagar a Segurança Social do próprio bolso, a criação de bolsas para jornalistas ou a obrigatoriedade de vincular a atribuição de apoios a empresas que cumpram as convenções coletivas de trabalho e empreguem jornalistas com carteira profissional, o título que habilita legalmente o exercício da profissão".

O SJ aponta ainda que o executivo "deixa ainda de fora as publicações sem' paywall', que recebem donativos recorrentes do público, ao impedir o acesso de órgãos de comunicação social cujos trabalhos são de acesso gratuito".

Aponta ainda "uma discriminação negativa" como é o "caso descoberto por investigadores do CoLabor, um laboratório colaborativo de investigação da área do trabalho, que concluiu que os incentivos ao primeiro emprego de jornalistas ou de retenção de talento têm valores inferiores aos praticados para os outros setores de atividade enquadrados em programas como "+ Emprego" e "Emprego +Talento" do IEFP".

Na semana em que o Governo anunciou um programa de investimento na economia portuguesa para mitigar os impactos da guerra comercial de Donald Trump, "o SJ exorta os representantes das empresas de comunicação social a garantir que os apoios são para todos".

Leia Também: Estado paga 20 euros por assinatura digital de media para jovens

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas