O autarca, que falava na sessão da Assembleia Municipal, disse acreditar tratar-se de "uma tentativa do concessionário de resolver alguns problemas que existem com o projeto em Gaia".
"A estação de Gaia, que logo depois tem de levar uma estação de metro, é tão funda, tão funda, tão funda, que provavelmente vai ter uma saída para a Nova Zelândia, porque fazem no sítio mais improvável em termos orográficos", afirmou, dizendo ser normal que o concessionário avalie a sua localização.
"Parece normal que alguém olhe para aquele projeto e pergunte se aquilo faz algum sentido. Se alguém está agora, tardiamente, a olhar para isso, com certeza que depois virão falar connosco e adequar eventuais alterações aquilo que é a nossa vontade porque, apesar de tudo, teremos seguramente uma palavra a dizer", referiu.
Em causa está uma proposta de alteração do consórcio LusoLav (Mota-Engil, Teixeira Duarte, Alves Ribeiro, Casais, Conduril e Gabriel Couto) para mudar em dois quilómetros a localização da estação de Gaia e fazer duas pontes sobre o Douro em vez de uma rodoferroviária.
A proposta não vinculativa foi aprovada na quinta-feira pela maioria socialista na Câmara de Vila Nova de Gaia, com o voto contra dos dois vereadores do PSD. Já a Assembleia Municipal de Gaia, por proposta do BE, adiou a votação dos pareceres para depois das eleições legislativas, que se realizam a 18 de maio.
As considerações de Rui Moreira surgiram durante a apreciação do relatório de avaliação da execução da Operação de Reabilitação Urbana (ORU) de Campanhã - Estação, apesar de antes da ordem de trabalhos o deputado Rui Sá, da CDU, ter questionado o presidente da Assembleia Municipal, Sebastião Feyo, se tinha sido informado sobre o tema.
Aos eleitos municipais, Sebastião Feyo assegurou não ter recebido nada e ter acompanhado o caso através da comunicação social, o que levou o deputado da CDU a considerar a situação "um desrespeito pelo Porto".
Também José Maria Montenegro, do movimento independente Aqui Há Porto, disse ser "o momento" de o Porto se dar "ao respeito com outra seriedade".
"Isto é um tema que nos devia afetar. Jogam e brincam no nosso território, e não somos tidos nem achados. É um desrespeito. Devíamos dar-nos ao respeito e devíamos pensar em como fazê-lo", defendeu.
Pelo BE, Elisabete Carvalho disse não fazer "sentido nenhum" a proposta ter ido a votação em Gaia.
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