Uma cidadã portuguesa de 55 anos foi acusada pelo Ministério Público espanhol de ter burlado um homem de A Mariña em “situação de vulnerabilidade”, ao fazê-lo acreditar que estavam num relacionamento amoroso. No total, a mulher terá arrecadado 45 mil euros.
A portuguesa, que não tem antecedentes criminais, foi acusada de se ter aproveitado da “situação de vulnerabilidade” do homem, entre 2017 e 2018, noticiou o La Voz de la Galicia.
De acordo com o mesmo meio, o Ministério Público apontou que a mulher convenceu o homem “a contrair vários empréstimos, cujos montantes eram para a arguida, que não tinha acesso a linhas de crédito devido à sua inclusão em ficheiros de cobrança de dívidas”.
Fê-lo também acreditar “que tinham uma relação sentimental” e convenceu-o “a alugar uma casa em que a arguida residia na localidade de Barreiros”, assim como “a fazer levantamentos de dinheiro”, sob “promessas de reembolso”.
“[O homem] sofre de uma hemiparesia direita na sequência de um acidente cardiovascular, bem como de retinite pigmentosa, que afeta a sua acuidade visual, com uma perda total de visão no olho direito e uma perda significativa de visão no olho esquerdo. Apresenta ainda uma capacidade intelectual abaixo da média e limitações no comportamento adaptativo, preenchendo os critérios de capacidade intelectual limítrofe”, enumerou o Ministério Público.
E complementou: “Não tem consciência das suas limitações intelectuais e apresenta um défice de discernimento prático, de compreensão e de adaptação à situação social, o que o leva a uma situação de vulnerabilidade e de facilidade de ser influenciado ou manipulado, estando por isso as suas capacidades cognitivas e volitivas significativamente diminuídas."
A arguida foi ainda acusada de ter levado o homem “a acreditar que lhe devolveria os valores dos empréstimos que contraiu a juros e em benefício único e exclusivo” seu. De facto, o espanhol “celebrou um contrato de abertura de um cartão de crédito Nueva Visa Wizink, em 19 de janeiro de 2017, e em 25 de maio de 2017 contraiu também um empréstimo com garantia pessoal e ordem de pagamento junto do Abanca”.
Solicitou também “um cartão de crédito no valor de 3.300 euros para a compra de um carro” por parte da mulher e, “em 19 de junho de 2017, contraiu um empréstimo com garantia pessoal e ordem de pagamento e um cartão de crédito no valor de 3.489,84 euros”, assim como “um cartão de crédito revolving com o Santander Consumer, que incluía um seguro de vida”.
O Ministério Público salientou que “todas as operações contratadas e o dinheiro disponibilizado” causaram ao homem “prejuízos económicos que foram avaliados em 45 mil euros”.
Leia Também: Português procurado por homicídio em Setúbal 'apanhado' em Espanha