Carregar o telemóvel, abastecer e comprar velas entre prioridades em Caminha

Enquanto o gerador do supermercado funcionar, é lá que se carrega o telemóvel, se tira dúvidas sobre pilhas e se compra "o essencial", que hoje inclui velas e fósforos, porque "ninguém sabe o que vai acontecer" com o apagão.

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© Getty Images/Zed Jameson/Bloomberg

Lusa
28/04/2025 16:56 ‧ ontem por Lusa

País

Apagão

Abastecer o carro de gasóleo ou gasolina também é prioritário em Vila Praia de Âncora, concelho de Caminha, distrito de Viana do Castelo, como se percebe até ao longe, pelo som das buzinadelas na fila de automóveis num dos postos de combustível, a aumentar à medida que a tarde passa e as pessoas tentam precaver-se perante a falha de eletricidade que afetou hoje, a partir das 11:30, Portugal e outros países europeus.

 

Aos dois supermercados da vila dirigiam-se também cada vez mais pessoas pelas 15:30, depois de um pico de afluência pela hora de almoço, para comprar "coisas básicas" como enlatados, leite, fósforos e "velas de cemitério, que também queimam", como observa Sílvia Casqueira, de 34 anos.

Sílvia estava de folga, e até já tinha a dispensa cheia, mas perante as notícias do apagão ainda foi buscar areia para os animais, "tudo o que se possa cozinhar com gás, como massa e arroz", e a iluminação que lhe vai permitir ocupar a noite.

"Tenho livros para ler. Por isso é que comprei as velas", explicou.

No interior do estabelecimento comercial, a aparente calma era agitada pela partilha de informações contraditórias sobre o que terá motivado a falha de luz, sem que ninguém soubesse bem explicar a causa ou a origem da informação.

Nas filas das caixas, misturavam-se com olhares apreensivos, sérios e assustados, como o da idosa que não conseguia abrir a parte de trás de uma lanterna para lá colocar as pilhas necessárias ao funcionamento e pedia ajuda a um funcionário.

Rupinder Karv, uma indiana de 26 anos residente em Afife, comprou "pão, massa, vegetais e leite" e está preocupada pelo filho de um ano: "Não sabemos o que vai acontecer", disse.

Fernando Lopes, de 70 anos, reformado, manteve hoje a rotina até se ver "sem luz ou comunicações".

Deslocou-se ao supermercado para carregar o telemóvel e abastecer. "Tenho o frigorífico cheio", avisou.

A "maior preocupação" é agora com o filho, que "estuda a 600 quilómetros, no Algarve, e está sem multibanco e sem telemóvel".

Miguel Monteiro, de 35 anos, também está "assustado, principalmente pelo filho", pelo que comprou "água, pão, leite, comida para a criança, atum e outros enlatados".

Na fila para abastecer combustível, Miguel esclareceu que tinha de regressar para o Porto. "Se não abastecer aqui chego lá e fico sem gasóleo", observou.

Kassandra Barbosa, de 54 anos, também aguardava na fila de automóveis mas ao supermercado não planeia ir: "Tenho em casa sempre uma boa reserva", assegurou.

No quiosque, compravam-se volumes de tabaco e raspadinhas, Susana comprou duas Sopas de Letras, "para fazer se não voltar a luz" e algumas pessoas tentavam verificar se tinham prémio no Euromilhões, mas a máquina não funcionava.

No centro da vila, uns estabelecimentos estavam fechados e outros permaneciam abertos, parecia ser uma segunda-feira qualquer, com um número mais elevado do que habitual de pessoas a circular com garrafões de água na mão.

Leia Também: Rui Tavares defende "análise profunda sobre vulnerabilidades" após apagão

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