Os homens não serão mais os protagonistas da guerra. Os conflitos dos próximos tempos, e não muito longínquos, serão “entre supercomputadores dos quais farão parte cérebros humanos”.
As previsões são feitas pelo general Loureiro dos Santos no seu mais recente livro ‘O Futuro da Guerra’ e defendidas em entrevista ao Expresso. Para o antigo chefe de Estado-Maior do Exército, “não estaremos eventualmente muito longe dos cérebros humanos se ligarem diretamente às máquinas”.
No seu livro, o antigo ministro destaca a isenção de sentimentos por parte das máquinas e que muitas vezes originam conflitos. Contudo, e mesmo numa época futura dominada por máquinas, defende que o “homem é sempre indispensável”.
Porém, questiona: “Até agora a decisão de matar vem de alguém que está a conduzir a máquina. Mas já há quem fale em combates em exércitos de robots ou drones (aéreos ou aquático). O que acontecerá se a certa altura algum decisor conceder-lhes a capacidade de matar?”.
Ao Expresso, Loureiro dos Santos refere ainda que, às custas da “circulação de informação”, a “guerra do ciberespaço ganhou um valor absolutamente crítico relativamente a outros espaços” e que o próprio ciberespaço leva a que o “nosso mundo” funcione “em bases digitais”.
“O nosso sistema financeiro depende dos computadores, tal como a distribuição de água e energia, o controlo do espaço aéreo e as redes de telecomunicações. Não há nada estrutural para as sociedades modernas que não dependa do ciberespaço”, frisa.