Delegados elegem hoje liderança para próximos dois anos
A IX Convenção Nacional do BE termina hoje com a eleição da liderança do partido para os próximos dois anos, após um primeiro dia de críticas duras à disputa levantada por Pedro Filipe Soares e Luís Fazenda.
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País BE/Convenção
Antes de encerrarem as urnas de voto para a eleição da Mesa Nacional e da Comissão de Direitos (às 12:00), ainda estão previstas intervenções de 32 delegados.
No sábado, os apoiantes da "Moção unitária em construção" de João Semedo e Catarina Martins apontaram baterias ao "Bloco plural" de Pedro Filipe Soares, que desafia a atual direção.
O fundador e ex-coordenador do BE, Francisco Louçã, considerou que esta iniciativa de grande parte da estrutura ligada à corrente da UDP "é uma prova de imaturidade e não se faz".
"Não houve nunca na história do BE erro maior nestes quinze anos do que a irresponsabilidade da divisão da direção", afirmou Louçã, que foi secundado nas críticas a esta "rotura sem princípios" por outro fundador, Fernando Rosas.
Por seu lado, Luís Fazenda recusou o anátema de "divisionista" e assinalou que apesar da curta diferença de seis delegados entre a moção E, "Bloco plural", e a U, "Moção unitária em construção", o número absoluto de votos da primeira foi bastante superior.
"Não represento nenhuma corrente, represento uma moção que, casualmente ou não, teve 1.200 votos neste processo [enquanto a de Semedo e Martins teve 968]", afirmou com alguma ironia.
"Nós entrámos unidos e saímos unidos da Convenção. Mas seria até simpático que um conjunto de camaradas não utilizasse o espaço mediático para chamar a outros divisionistas. Cá estaremos para o crivo da história política. Uma moção própria é um direito de democracia", acrescentou.
A demorada votação das alterações aos estatutos arrastou as intervenções políticas pela noite dentro e no Pavilhão do Casal Vistoso, em Lisboa, ouviram-se muitos aplausos, mas também muitas vaias e apupos às intervenções mais críticas sobre o momento atual e o futuro do BE.
A curta distância entre as duas moções maioritárias, apesar da vantagem da UDP (262 contra 256), antecipa uma votação "taco a taco", afirmaram alguns delegados à Lusa, e uma das principais preocupações entre os bloquistas é o reforço do peso das tendências, nomeadamente quando a Comissão Política passará a ser proporcional.
"Tenho um sincero e profundo respeito pela UDP, pelo PSR e pela Política XXI, não tenho saudades da UDP, do PSR e da Política XXI", afirmou o ex-deputado José Moura Soeiro, perante os aplausos de pé de muitos delegados.
Já após o fim dos trabalhos no sábado, a deputada Mariana Aiveca disse não ter visto propostas por parte dos subscritores da moção da atual liderança.
"A esmagadora maioria das delegadas e delegados da moção U falaram das propostas da moção E e multiplicaram-se em acusações. Será que os e as aderentes do BE e, especialmente, o país que nos ouve ficou a perceber quais são as propostas da moção U?", interrogou, numa mensagem publicada no Facebook.
A intervenção de encerramento da Convenção do BE estará a cargo do representante da lista que obtiver mais votos e está prevista para depois do anúncio da composição dos órgãos nacionais, Comissão Política e Comissão de Direitos, cerca das 12:30.
O PS, PCP, PEV e o Livre estarão representados na sessão de encerramento da IX Convenção Nacional do BE.
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