"A história oficial diz pouco. É preciso aprofundar os factos (...), devemos aproveitar que ainda há muitas testemunhas", disse à agência Lusa o historiador, que participa hoje numa conferência sobre a luta pela independência das ex-colónias portuguesas de África.
Para o historiador, é fundamental desenvolver uma investigação de história e um trabalho de memória sobre este período, em parceria com investigadores dos países africanos e de Portugal.
Segundo Nuno Pereira, a guerra colonial é "provavelmente um dos maiores tabus da história portuguesa".
Na sua apresentação, o historiador, especialista em militância política, vai abordar os movimentos de solidariedade internacional da Suíça nos anos 1960 e 1970 que apoiaram as lutas de libertação em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau.
Na conferência participa ainda o secretário executivo da Comissão Económica para África da ONU, o guineense Carlos Lopes, que vai abordar o papel e herança de Amical Cabral, o pai das independências da Guiné-Bissau e Cabo Verde.
Por ocasião dos 40 anos de independência das ex-colónias portuguesas de África, a associação de estudantes de história da Universidade de Genebra, a associação Atelier - história em movimento, o Centro Europa Terceiro mundo, e a Comissão de gestão de taxas de Universidade de Genebra organizam dois dias de debates dedicados à solidariedade internacional e aos movimentos independentistas.