As tarifas de água pagas em Portugal, principalmente no Interior, não refletem o custo real da água e são os municípios que subsidiam as diferenças de preço da água fornecida às famílias e empresas.
Tendo em conta o que o objetivo é travar as dívidas e os défices tarifários acumulados, contrariamente ao que o Governo diz, o preço não subirá no litoral para descer no interior, já que vai acabar por subir em todo o lado, noticia o Jornal de Notícias.
A empresa Águas de Portugal é a responsável por vender a água aos municípios que, por sua vez, a revendem à população. Assim a descida de preço de que o ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, fala refere-se ao preço que a AdP vai cobrar aos municípios do interior e não aos valores das faturas.
Nuno Cardoso, ex-presidente da Águas do Douro e Paiva, frisa que a ideia imposta pelo Governo de que as famílias vão pagar menos “é uma falácia, uma demagogia muito triste”, já que todas as famílias, sejam elas do interior ou do litoral, irão pagar mais.
O administrador da AdP, Manuel Fernandes Thomaz, revela que, de facto, “a grande maioria das entidades gestoras não reflete o custo real” mas acredita que com a reforma essa questão vá ser alterada.
A subida deverá ser faseada no tempo e a conta não será mais elevada do que 3% do rendimento disponível, caso contrário, o município entrará com a diferença.
