Em tribunal, a antiga ministra e ex-líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, destacou no depoimento prestado como testemunha abonatória do maestro Miguel Graça Moura, acusado de gastar 720 mil euros de dinheiros públicos em proveito próprio quando esteve à frente da Orquestra Metropolitana de Lisboa, os resultados positivos que o arguido alcançou.
No entanto, conta o Público, os juízes consideraram que uma boa gestão não se pode avaliar apenas em função dos resultados.
"Os resultados positivos podem ser obtidos com mais ou menos gastos", sublinhou a juíza, que presidiu ao colectivo, questionando ainda “por que razão tinha o arguido [Graça Moura]de viajar em executiva e de se hospedar em hotéis de cinco estrelas”.
Mas se o testemunho de Ferreira Leite não caiu bem ao colectivo de juízes, o depoimento do maestro Rui Massena, que defendeu ser compreensível que a Orquestra Metropolitana de Lisboa pagasse a Graça Moura uma casa com piscina para relaxar depois do seu extenuante trabalho, menos ainda.
No mesmo sentido, acrescenta o Público, o pianista Pedro Burmester reconheceu ser habitual os músicos receberem um tratamento "especial" e "diferenciado".
Saliente-se que, Graça Moura foi condenado ontem a uma pena suspensa de cinco anos por crimes de peculato e falsificação de documentos, que passará a prisão efectiva caso no período de um ano o maestro não comece a pagar os 720 mil euros gastos em viagens para destinos exóticos, estadias em hotéis de luxo e resorts, refeições, entre outros bens, como óculos, charutos, revistas, lingerie.