Polícia militar e civil custa aos contribuintes 145 milhões

O actual modelo de organização das polícias em Portugal, uma polícia civil e outra de cariz militar, custa 145 milhões de euros por ano aos contribuintes, segundo dados avançados esta sexta-feira num seminário organizado pela PSP.

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Lusa
15/03/2013 17:12 ‧ 15/03/2013 por Lusa

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PSP

Nas conclusões do seminário ‘Desafios da Segurança em Portugal’, onde foi defendida uma polícia única civilista, o superintende José Torres, director nacional adjunto da PSP, disse que o custo mínimo anual da opção corrente pelo sistema dual (PSP e GNR) é de 145 milhões de euros.

A direcção nacional da PSP e o Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna (ISCPSI) organizaram um seminário de dois dias em Lisboa para debater o actual modelo de segurança interna.

O director nacional adjunto da PSP apresentou as conclusões dos trabalhos, sublinhando que um sistema de polícia única implicaria “ganhos operacionais e económicos” e que “a abolição do sistema dual será uma inevitabilidade”.

O superintendente José Torres falou também de um estudo recentemente entregue ao ministro da Administração Interna, o qual defende que a fusão da PSP, GNR e Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) representaria “ganhos relevantes no plano económico e financeiro”.

Segundo o estudo, um processo dessa natureza permitiria uma redução de 50% do número de quadros dirigentes, a eliminação de 47% das estruturas superiores e intermédias e a diminuição de cerca de 40% do pessoal policial afecto ao apoio operacional.

O director nacional adjunto da PSP disse igualmente que no seminário foi defendido que há uma tendência para desmilitarizar a segurança interna em todo o mundo ocidental.

Por outro lado, adiantou, se a opção for sempre no modelo dual, "as forças de segurança terão que deter todas as valências necessárias".

Na abertura dos trabalhos, na quinta-feira, o secretário de Estado Adjunto do ministro da Administração Interna disse que o actual modelo de organização das polícias está estabilizado e “mudanças radicais neste sector são sempre garantia de resultados desastrosos”.

“Temos um modelo que está estabilizado, naturalmente que este modelo deve e terá que ter ajustes, mas não será de maneira nenhuma posto em causa nos seus fundamentos”, afirmou Juvenal Silva Peneda.

Durante o seminário foram ainda apresentados os casos da Áustria e Bélgica, onde existe uma polícia única integral, e da França e Espanha, que têm o sistema dual de polícias.

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