Panama Papers expõe nomes de ex-ministros e políticos portugueses

Ainda não foram revelados nomes, mas apenas que ex-ministros e políticos portugueses estão envolvidos. Pode ainda estar em causa um presidente.

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Goreti Pera com Lusa
08/04/2016 20:49 ‧ 08/04/2016 por Goreti Pera com Lusa

País

Fuga

Há nomes de ex-ministros e políticos portugueses entre os expostos pela mega fuga de informação Panama Papers.

Os primeiros documentos sobre Portugal estão a ser destrinçados pelos dois jornalistas lusos, do Expreesso e da TVI, que trabalham neste processo com o Consórcio Internacional de Jornalistas.

Nos 11 milhões de documentos da sociedade de advogados Mossack Fonseca há referências a um gestor de fortunas do banco Banque Internationale à Luxembourg (BIL) que angaria e gere clientes de Portugal, África e América Latina desde 2012.

Jorge Humberto Cunha Ferreira, um português no Luxemburgo, encontrou-se em 20 junho de 2013 com um dos fundadores da Mossack Fonseca e uma gestora, com o objetivo de usar a sociedade de advogados para adquirir companhias offshore que possam ser titulares de contas bancárias.

Um documento a que o Consórcio Internacional de Jornalistas teve acesso mostra uma correspondência datada de 20 junho 2013, onde se pode ler: “Alguns dos clientes do nosso contacto em Portugal são ex-ministros e/ou políticos, portanto irão aparecer como PEP (Pessoas Politicamente Expostas) no processo de DD (Devida Diligência)”.

Já um ano mais tarde, a 18 de julho de 2014, lê-se num outro documento que “ele (Jorge Humberto Cunha) também queria discutir alguns negócios novos. Ele tem um cliente que é presidente de um país, portanto um importante PEP, que deseja incorporar 10 a 15 empresas panamianas com contas bancárias no Panamá”.

Segundo informou a TVI, ainda não é certo que este presidente seja português. Confirmado parece estar, contudo, a exposição de antigos ministros e políticos de Portugal.

34 portugueses no Panama Papers

Na terça-feira, o jornal Irish Times noticiou que o envolvimento de Portugal no escândalo está quantificado, por enquanto, em 34 pessoas.

Este meio irlandês especificou que, a par destes beneficiários do esquema de fuga ao fisco, existem 244 empresas, com 255 acionistas.

Uma investigação realizada por uma centena de jornais em todo o mundo sobre 11,5 milhões de documentos revelou bens em paraísos fiscais de 140 responsáveis políticos ou personalidades públicas.

O conjunto de documentos, denominados Panama Papers, provém da empresa de advogados panamiana Mossack Fonseca.

Segundo o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, que reuniu para este trabalho 370 jornalistas de mais de 70 países, mais de 214.000 entidades 'offshore' estão envolvidas em operações financeiras em mais de 200 países e territórios em todo o mundo.

A informação está disponibilizada num mapa-mundo, no sítio deste jornal, em http://www.irishtimes.com/business/panama-papers.

A maior investigação jornalística da história, divulgada na noite de domingo, envolve o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa), com sede em Washington, e destaca os nomes de 140 políticos de todo o mundo, entre eles 12 antigos e atuais líderes mundiais.

A investigação resulta de uma fuga de informação e juntou cerca de 11,5 milhões de documentos ligados a quase quatro décadas de atividade da empresa panamiana Mossack Fonseca, especializada na gestão de capitais e de património, com informações sobre mais de 214 mil empresas "offshore" em mais de 200 países e territórios.

A partir dos Papéis do Panamá (Panama Papers, em inglês) como já são conhecidos, a investigação refere que milhares de empresas foram criadas em "offshores" e paraísos fiscais para centenas de pessoas administrarem o seu património, entre eles rei da Arábia Saudita, elementos próximos do Presidente russo Vladimir Putin, o presidente da UEFA, Michel Platini, e a irmã do rei Juan Carlos e tia do rei Felipe VI de Espanha, Pilar de Borbón.

O semanário Expresso e o canal de televisão TVI estão a participar nesta investigação em Portugal.

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