"O Sinapol decidiu suspender a manifestação, considerando as garantias que foram dadas pelo ministro do Trabalho de que, com urgência, este assunto vai ser levado a Conselho de Ministros, com vista à resolução do problema que afeta as pensões de reforma dos polícias, em concreto, a redução que está a existir às pensões de reforma", afirmou o presidente do Sinapol, Armando Ferreira.
O presidente deste sindicato falava à agência Lusa depois de um encontro com o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva.
O Sinapol tinha decidido convocar a manifestação, porque a Caixa Geral de Aposentações está a fazer cortes de cerca de 13 por cento na reforma dos polícias, valor aplicado às reformas antecipadas, apesar de aqueles profissionais serem obrigados, segundo o seu Estatuto Profissional, a reformarem-se aos 60 anos.
O Estatuto profissional da PSP entrou em vigor a 01 de dezembro de 2015, e estabelece os 60 anos como idade de reforma dos polícias.
"Foram dadas garantias de que é um assunto que é para resolver com urgência", afirmou Armando Ferreira, sublinhando que o ministro foi sensibilizado para os problemas que os polícias estão a passar devido aos cortes aplicados na sua reforma.
A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, também disse hoje à agência Lusa que está a analisar os cortes nas pensões de reforma dos polícias, estando em "diálogo permanente" com o Ministério do Trabalho.
"A situação preocupa-me. Estou a tentar perceber e a analisar quais são os contornos da questão e estou em diálogo permanente com o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social no sentido de perceber melhor o que está em causa", disse aos jornalistas Constança Urbano de Sousa, que, na próxima terça-feira, dia 26, vai ser ouvida no parlamento sobre este assunto.
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) também vai ter um encontro com o ministro Vieira da Silva, na próxima quarta-feira, sobre os cortes nas pensões dos polícias.
O presidente da ASPP, Paulo Rodrigues, disse hoje que vai aguardar pelos resultados da reunião, para definir o que vai fazer no futuro sobre estas questões.
Considerou, no entanto, que o Governo tem de fazer cumprir a lei, ainda que o Estatuto Profissional tenha sido aprovado pelo anterior executivo.