O documento foi assinado ao início da tarde por Fernando Medina e António José Correia, autarcas de Lisboa e Peniche, respetivamente, com vista à colaboração dos dois museus municipais: Museu do Aljube -- Resistência e Liberdade e o Museu Municipal de Peniche -- Núcleo da Resistência do Forte de Peniche.
"Sentimos que a melhor forma de prosseguirmos esta missão de memória sobre o passado e de preservação desta memória sobre este período histórico tão importante, era constitui-lo em rede com aquilo que são também outros polos do regime fascista e da resistência, e a prisão de Peniche é precisamente um desses locais mais emblemáticos", explicou Fernando Medina, em declarações à agência Lusa.
O Museu do Aljube, inaugurado a 25 de abril de 2015, é dedicado à memória do combate à ditadura e à resistência em prol da liberdade e da democracia.
Com este protocolo, Fernando Medina (PS) espera que os dois locais se transformem em espaços de conhecimento.
"O nosso objetivo é fazer com que esses espaços, que foram de dor e de sofrimento, quer o Aljube, quer Peniche, se transformem em espaços de conhecimento sobre a nossa história, sobre este período tão marcante e tão negro da nossa sociedade, e que se transformem em espaços de valor futuro para as novas gerações, para que tenhamos uma cidadania mais informada e elucidada", frisou o presidente do município de Lisboa.
O presidente da Câmara de Peniche também se congratulou pela assinatura do protocolo, que visa a "preservação das memórias" associadas às cadeias do Aljube e do Forte de Peniche.
"É a partilha daquilo que é toda a informação, do desenvolvimento ao nível do centro documental e dos conteúdos que, do ponto de vista das exposições, vão ser produzidos", destacou António José Correia (CDU).
O autarca espera que, especialmente os jovens, se sintam interessados em visitar o Forte de Peniche.
"Os jovens que irão ser estimulados também a ir à prisão política de Peniche perceberão e valorizarão aquilo que são as diversas formas de expressão que temos, em particular aquilo que é o direito à manifestação que foi reprimido, sem que, por vezes, tenhamos a perceção da dificuldade da sua conquista", salientou António José Correia.
O presidente da Câmara de Peniche adiantou, ainda, que a cidade vai receber, entre 23 e 25 de setembro, as Jornadas Europeias do Património, tendo aproveitado hoje a oportunidade para convidar Fernando Medina a estar presente na inauguração do evento.