Uma empresa, uma iniciativa: Se o seu chefe dedicasse um dia por semana ao uso de bicicleta nas deslocações de e para o trabalho, alinhava na aventura? E se fosse o próprio a dar o exemplo?
O cenário pode parecer utópico para muitos, mas não o é para José Carlos Mota, um dos mentores da iniciativa Compromisso pela Bicicleta, criado em meados de março na Universidade de Aveiro.
Os benefícios do uso de bicicleta são conhecidos e o mote está lançado. No ano em que o Governo se compromete com a aquisição de bicicletas pelas universidades e pelos municípios, a Plataforma Tecnológica da Bicicleta e da Mobilidade Suave, da Universidade de Aveiro, quer pôr os portugueses a pedalar.
Lançou, para isso, um desafio às organizações públicas, empresas e associações do país, convidando-as a criar iniciativas que promovam o uso de bicicleta e reduzam o número de automóveis na estrada.
Em Aveiro, nota o professor de Planeamento Regional e Urbano daquela instituição, “há quase tantas bicicletas como automóveis”. A ajudar na equação está o facto de a região ser plana. Noutras zonas do país o cenário é outro, mas a força de vontade é o ponto de partida.
“Mudar hábitos é difícil”, admite, em declarações ao Notícias ao Minuto. “Mas tem de haver pedagogia e um esforço contínuo. E para já o que queremos é dedicar atenção nacional ao tema”, reforça.
Em cerca de um mês e meio, inscreveram-se no site do Compromisso pela Bicicleta cerca de 120 organizações, comprometidas a inspirar os seus colaboradores. Os objetos? Reduzir a sinistralidade rodoviária, estimular estilos de vida saudáveis, aumentar em 10% a quota modal da bicicleta e reduzir em 10% o número de deslocações em veículo individual. Em suma, tornar “2016 um ano decisivo para a bicicleta”.