Dezenas de pessoas invadem zona dos escombros do Bairro do Aleixo

Dezenas de pessoas invadiram, esta sexta-feira, mal a polícia permitiu, os escombros da torre 4 do Aleixo, no Porto, após esperarem mais de uma hora para poder aceder à zona do bairro.

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Lusa
12/04/2013 14:39 ‧ 12/04/2013 por Lusa

País

Porto

 

Assim que os agentes da PSP abriram o perímetro de segurança, criado às 9h para se proceder à implosão do prédio de 13 andares, moradores e curiosos correram para o local dos escombros.

Rompendo as redes de arame e empurrando uma porta de madeira que servia de acesso ao local da torre 4, vários jovens e crianças, muitos deles moradores no bairro, “assaltaram” e escalaram os destroços e ruínas do que restou do edifício.

Um grupo de rapazes chegou mesmo a empoleirar-se no topo da ruína para mostrar um cachecol azul onde se podia ler “Aleixo”.

“Não há palavras, isto é horrível”, desabafou à Lusa Anabela de 21 anos, ex-moradora da torre 4, acrescentando que ao ver os escombros sentia “um misto de emoções, mas mais tristeza do que outra coisa”.

Anabela, que há três meses foi realojada pela autarquia no agrupamento do Falcão, considerou que o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, “abandonou o bairro e podia o ter reabilitado, como fez aos outros”.

O irmão de Anabela, Rui Pacheco, 33 anos, e que viveu 25 anos na torre 4, confessa tristeza ao olhar para os restos do seu passado. “Vêm as memórias do passado, da infância”, recorda, olhando para o local onde antigamente existia um parque infantil e onde ele jogava futebol com os amigos.

Admite que já está com saudades da torre 4 e dos tempos que viveu feliz no Aleixo e dos momentos que viveu com os amigos e assegura que se encontra-se um “pedaço” da casa onde viveu o levava como recordação para o futuro.

Cristina Silva, a última moradora a sair da torre 4, prédio onde viveu 29 anos, tem dois filhos, um de 11 anos e outro de oito anos, e foi viver para Ramalde. Hoje está triste, confessa.

“Vim hoje aqui para ver, porque já tinha saudades”, conta, afirmando, lamentando que o presidente da Câmara do Porto os tenha despejado daquele bairro.

A polícia abandonou o local da implosão pelas 12h30, para que o bairro retomasse a normalidade.

A implosão da torre 4 ocorreu precisamente às 11h13, numa operação que deixa com apenas três blocos, 192 habitações e 138 famílias o complexo residencial onde já existiram cinco prédios e 320 casas.

A operação começou pelas 8h30, com cortes de trânsito, a retirada de 410 pessoas e a criação de um perímetro de segurança delimitado pelas ruas Carvalho Barbosa, da Mocidade da Arrábida e Arnaldo Leite.

Esta foi a segunda torre demolida no bairro do Aleixo, concluído em 1976, depois de em Dezembro de 2011 ter sido implodida a torre 5.

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