Em declarações à agência Lusa a propósito do resultado de um inquérito realizado pela Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP) que dá conta do despedimento de 500 pessoas, 313 dos quais de professores, João Dias da Silva lamentou a situação.
"Tanto quanto sei, o encerramento de escolas da zona Norte e Centro significa que todos os trabalhadores acabam por ir para o desemprego. Estas situações representam o efeito da decisão tomada pelo governo de retirar o financiamento. Não estou aqui a discutir a validade de decisão, pois os tribunais estão a apreciar as diferentes situações", disse.
Segundo João Dias da Silva, é uma situação penalizadora para as pessoas, mas os efeitos estão previstos na lei e os desempregados vão receber o devido apoio social.
A quebra de financiamento do Estado a turmas nos colégios já levou ao despedimento de quase 500 pessoas, à perda de 10 mil alunos para o público e pode custar mais de 45 milhões de euros, segundo os privados, de acordo com o inquérito.
Os números resultam de um inquérito realizado pela AEEP junto dos seus colégios associados com contratos de associação, que, segundo o diretor executivo da associação, permitiram tirar conclusões sobre o universo de colégios e antever as consequências a nível nacional da decisão de cortar, a partir deste ano letivo, o número de turmas financiadas pelo Estado em escolas particulares.
Segundo a AEEP, 313 professores já perderam o emprego, um cenário que se pode estender a 814 docentes se, até ao final do ano letivo, a medida decidida pelo ministério de Tiago Brandão Rodrigues não for revertida.
No que diz respeito a funcionários não docentes, 167 já foram despedidos, e o número pode chegar aos 525, até ao final do ano.
A confirmarem-se as piores estimativas dos colégios, estes despedimentos podem representar, em indemnizações, 45,3 milhões de euros.