A Quercus referiu, em comunicado, que as "descargas ilegais" em Outeiro Seco, Chaves, distrito de Vila Real, decorrem desde 2007 e que os "esgotos são provenientes dos parques empresariais localizados no lugar de Vale Salgueiro, uma informação que diz ser do "conhecimento público".
"Imagens recolhidas no passado dia 04 de setembro vieram provar que as autoridades competentes tais como a Câmara de Chaves e a Junta de Freguesia de Outeiro Seco, continuam a permitir o lançamento nas linhas de água e no Rio Tâmega, os esgotos sem qualquer tratamento há já nove anos", afirmou a associação, em comunicado.
A Quercus disse que esta situação "constitui não só um atentado ambiental mas também um grave perigo à saúde pública" e afirmou que "os resíduos são, na maioria, produtos químicos industriais e vão diretamente para as linhas de água, terrenos e Rio Tâmega, à vista de todos".
O presidente da Câmara de Chaves, António Cabeleira, disse hoje à agência Lusa que a autarquia quer construir um emissário que vai ligar o parque empresarial ao sistema geral. No entanto, referiu que o processo esbarrou nas expropriações, para a entrada nos terrenos privados, e na dificuldade em identificar alguns proprietários.
O autarca espera que a situação fique resolvida "o mais rapidamente possível" e explicou que a "fossa compacta" instalada no parque empresarial, onde existem quatro unidades agroindustriais, "volta meia volta entra em colapso e não consegue funcionar devidamente pelo excesso de gordura".
António Cabeleira disse ainda que as empresas foram, entretanto, obrigadas a instalarem um separador de gorduras mas recusou que a "saúde pública esteja em risco" e que se trate de um "atentado ambiental".
A Quercus disse que a situação foi reportada à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, à Agência Portuguesa do Ambiente e à Inspeção-Geral dos Ministérios do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia e da Agricultura e do Mar, mas que "não houve qualquer resolução por parte destas entidades".
A organização exigiu, por fim, a "rápida resolução desta situação ilegal", considerando que é urgente dar resposta a "este problema que se arrasta há já vários anos e que tem vindo a comprometer a saúde pública e o ambiente".