Federação de Táxis pede intervenção do Presidente da República

O líder da Federação Portuguesa do Táxi pediu hoje a intervenção do Presidente da República no diferendo entre a Uber e os profissionais do setor, acusando o Governo de incapacidade de resolver o problema.

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Lusa
10/10/2016 09:16 ‧ 10/10/2016 por Lusa

País

Manifestação

"Seria bom que o Presidente da República dissesse umas palavrinhas no dia deste protesto", disse Carlos Ramos, apelando ao chefe de Estado para "não promulgar a lei".

O presidente da Federação Portuguesa do Táxi encontra-se no Parque das Nações, em Lisboa, ponto de encontro dos motoristas de táxis, que organizam uma marcha lenta em direção à Assembleia da República.

"Esperamos uma grande adesão porque nós temos razão. Não vamos ser mais taxistas (a manifestarem-se) porque, nos últimos dias, houve uma grande campanha de desinformação para nos assustar", disse ainda Carlos Ramos, criticando o Governo pela "falta" de soluções para o problema do setor.

"O que nos queremos é dialogar com o Governo. Não queremos imposições porque esta lei não serve. Serve para a Uber e o Costa (primeiro-ministro António Costa) tem de arranjar uma solução, temos de parar os ilegais", disse ainda Carlos Ramos

Os taxistas agendaram para hoje uma marcha lenta em Lisboa, quase seis meses depois de terem feito um protesto idêntico contra a plataforma Uber que juntou centenas de carros na capital.

Em luta contra a regulação da atividade das plataformas de transportes de passageiros como a Uber ou a Cabify, os organizadores prometem apenas abandonar a Assembleia da República -- onde termina a marcha lenta - quando o executivo travar aqueles serviços, que dizem não estar abrangidos pela lei.

As plataformas Uber e Cabify permitem pedir carros descaracterizados de transporte de passageiros através de uma aplicação para 'smartphones', mas estes operadores não têm de cumprir os mesmos requisitos -- financeiros, de formação e de segurança -- do que os táxis.

O primeiro-ministro defendeu hoje, na China, que o Governo está a regular a atividade de transportes de passageiros para evitar a concorrência desleal aos taxistas, mas afastou a hipótese de limitar o número de licenças de outros operadores.

"Convém que não se ponha o mundo ao contrário, porque o Governo está a regulamentar uma atividade de quem faz transporte de passageiros a coberto da plataforma Uber sem cumprir as regras que hoje existem. O que estamos a fazer é a regular esse mercado", declarou António Costa aos jornalistas a meio do seu terceiro dia de visita oficial à China.

 

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