Num discurso de cerca de cinco minutos, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que "Portugal deve à Santa Sé o primeiro e decisivo reconhecimento como Estado independente", em 1179, e considerou que se construiu depois um "relacionamento fecundo e especial" que se manteve "praticamente sem ruturas ou descontinuidades".
"É em evocação e homenagem ao que é constante e também ao prestígio pessoal e institucional de vossa eminência, personalidade intelectual e ética, governante perscrutante e incisivo, diplomata experiente e prospetivo, que tenho a honra de entregar as insígnias da Grã-Cruz da Ordem de Cristo, antiga ordem militar, repleta de história e de simbolismo nacional", justificou.
Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que o Vaticano foi o primeiro destino que visitou depois de tomar posse como Presidente da República.
O secretário de Estado do Vaticano manifestou-se "muito contente e muito honrado" por receber esta condecoração, que disse entender não ser destinada à sua pessoa, "mas à pessoa do papa Francisco e à Santa Sé".
O cardeal Pietro Parolin declarou que, a título pessoal, se sente agora "estreitamente ligado a Portugal", apesar de não conhecer o país. "É a primeira vez que o visito, embora a realidade de Fátima sempre tenha suscitado em mim uma grande atração", acrescentou.
Esta condecoração aconteceu na presença do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, do cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, e do núncio apostólico em Portugal, Rino Passigato, após o Presidente da República ter recebido em audiência o secretário de Estado da Santa Sé.