PSD pede "particular proteção" para portugueses a embaixador venezuelano

Deputados do PSD defenderam hoje junto do embaixador venezuelano em Lisboa "particular proteção" aos portugueses que vivem na Venezuela e fizeram "um pedido veemente" para que os lusovenezuelanos detidos tenham acesso a apoio diplomático e a defesa.

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Lusa
23/05/2017 19:51 ‧ 23/05/2017 por Lusa

País

Diplomacia

Os deputados do PSD eleitos pelos círculos de Fora da Europa e da Madeira foram hoje recebidos pelo embaixador da Venezuela em Lisboa, a quem transmitiram "um pedido veemente" para que os "cidadãos nacionais que se encontram presos, na sequência das recentes manifestações" na Venezuela tenham direito "ao necessário acompanhamento diplomático e a todas as garantias de defesa consonantes com as regras do Estado de Direito".

A informação foi transmitida num comunicado assinado pelos deputados sociais-democratas José Cesário, Carlos Páscoa, Sara Madruga da Costa, Rubina Berardo e Paulo Neves, após o encontro com o diplomata, Lucas Rincón Romero, em Portugal há 11 anos.

Na reunião, os eleitos pediram "toda a atenção possível para com os portugueses" que vivem na Venezuela - cerca de meio milhão de pessoas - e solicitaram "uma particular proteção das autoridades locais para a sua segurança pessoal, dos seus bens e dos seus negócios".

Os sociais-democratas alertaram para a "importância da cooperação" entre as autoridades portuguesas e venezuelanas para que "os mais carenciados e os doentes tenham acesso a medicamentos e bens de primeira necessidade, que os ajudem a superar as enormes dificuldades com que se debatem".

"O embaixador da Venezuela reafirmou a sua enorme consideração para com a comunidade portuguesa naquele país, disponibilizando-se para prestar todo o apoio possível à mesma e mostrando um especial empenhamento na relação entre os dois países", refere a nota do PSD.

Os deputados advogaram ainda a busca de "soluções pacíficas e democráticas que ajudem a superar a crise" na Venezuela, onde 51 pessoas morreram e quase mil ficaram feridas durante manifestações contra e a favor do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, desde o início de abril.

Fontes diplomáticas e policiais adiantaram à Lusa no sábado que subiu para seis o número de portugueses detidos em manifestações, com a prisão, na semana passada, de três cidadãos lusovenezuelanos.

Um cidadão lusodescendente morreu na semana passada, após ter sido atingido por uma bala de borracha no peito, durante um protesto.

A comunidade portuguesa local refere, por outro lado, que entre 90 e 100 estabelecimentos comerciais foram saqueados na última semana, entre os quais restaurantes, supermercados, um centro comercial, armazéns, lojas de bebidas alcoólicas e charcutarias, propriedade de empresários lusovenezuelanos.

As manifestações intensificaram-se desde 01 de abril, depois de o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), divulgar duas sentenças que limitavam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assumia as funções do parlamento.

Entre queixas sobre o aumento da repressão, os opositores manifestam-se ainda contra a convocatória para uma Assembleia Constituinte, feita a 01 de maio último pelo Presidente, Nicolás Maduro.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, garantiu hoje que a embaixada e os consulados na Venezuela estão "inteiramente disponíveis" para apoiar os cidadãos detidos naquele país, mas afirmou que ainda não houve qualquer pedido nesse sentido por parte dos próprios ou das famílias.

 

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