EUA e Rússia "andam a brincar às guerras virtuais"
O ensaísta Eduardo Lourenço defendeu hoje que os presidentes das duas maiores potências do mundo, Estados Unidos e Rússia, "estão a brincar às guerras virtuais", lembrando a ideia de que "os lobos não se comem uns aos outros".
© Lusa
País Eduardo Lourenço
Questionado pelos jornalistas no final de uma conferência sobre os desafios da Europa, organizada pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), Eduardo Lourenço defendeu também que a Europa, apesar de tudo, continua a ser um "continente pacífico" e onde "não existe o perigo de uma ameaça populista consistente".
"[A Europa] provavelmente esteve sempre [em perigo], não é uma coisa nova. Ameaças sempre houve ao longo da história europeia. Neste momento, não há uma ameaça particular, não há guerra que se anuncie no mundo a não ser vinda de outro continente que não a Europa", afirmou.
Para Eduardo Lourenço, tudo não passa de "ameaças virtuais".
"Andam os dois países [EUA e Rússia] a brincar às guerras, embora sejam os dois países mais importantes do planeta neste momento. A Europa é neste momento um continente pacífico e espero que assim se mantenha por muito tempo", sustentou.
Para o ensaísta português, os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, persistem, por isso, em brincar com "um brinquedo explosivo", lembrando que a história da humanidade é a de "uma luta contra o interior dela própria".
"Os lobos não se comem uns aos outros. Tudo aquilo são jogadas políticas no sentido mais trivial da palavra. Aqueles que não têm essas forças imitam-nos à sua maneira. O problema é que essas pessoas, de repente, se tornam populares, mas é um problema que a América terá de resolver com ela própria. Os europeus já deram para a América, que é filha da Europa", referiu.
Para Eduardo Lourenço, os populismos norte-americano e russo não podem influenciar a Europa.
"Neste momento não há uma ameaça populista consistente na Europa. Há uma leve tentativa de ressurgimento daquilo que já conhecemos nos anos 1930 e 1940. Mas não vejo uma ameaça séria em nenhum país europeu", justificou.
Questionado ainda sobre um eventual fim do Estado Social na Europa, o ensaísta português desdramatizou.
"O Estado Social é uma conquista da própria História, não só da União Europeia, mas mundial. Não vejo que haja grandes modificações numa ideia que já vem praticamente desde a Grécia até hoje", sustentou.
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