"Cumpre-se o acordo pré-eleitoral elaborado dentro do MPLA: candidatura de João Lourenço à Presidência e permanência de Eduardo dos Santos na chefia do partido apenas em 2018. A tentativa de Eduardo dos Santos em alterar esta data limite falhou", sublinhou o também docente universitário que leciona no Brasil.
Para o também comentador da RDPÁfrica, com a decisão tomada hoje numa reunião do Bureau Político do MPLA, "mantém-se a tradição" de o Presidente da República chefiar também o MPLA "e evita-se o recente modelo cubano" -- a presidência foi entregue ao ex-vice-Presidente, com Raul Castro a dirigir o Partido Comunista Cubano (PCC) por dois anos.
"As articulações das últimas semanas, inclusive a visita de líderes religiosos a Eduardo dos Santos, apontava para o desfecho agora anunciado, bem como as mais recentes mudanças nas Forças Armadas e num dos serviços de inteligência", referiu.
Jonuel Gonçalves, conhecido na RDPÁfrica por José Gonçalves, destacou, por outro lado, que a "grande proximidade" da data do próximo congresso extraordinário do partido no poder em Angola é "testemunho da importância das eleições autárquicas".
Hoje, em Luanda, o MPLA aprovou a realização de um congresso extraordinário na primeira quinzena de setembro deste ano e a candidatura de João Lourenço ao cargo de presidente do partido, ocupado desde 1979 por José Eduardo dos Santos.
"O bureau político aprovou a proposta de resolução e o cronograma de preparação e realização do 6.º Congresso Extraordinário do partido, a ter lugar na primeira quinzena de setembro próximo e, consequentemente, aprovou a candidatura do camarada João Lourenço, atual vice-presidente, ao cargo de presidente do MPLA", lê-se no comunicado daquele órgão partidário.