"A coragem do primeiro-ministro em assumir o que pensa sobre este anacronismo fez com que muitos abandonassem e continuem a abandonar a confortável situação de apatia em que normalmente a elite política se posiciona nesta questão", elogiou o deputado único do partido Pessoas-Animais-Natureza, André Silva, na intervenção na sessão de encerramento do debate do Orçamento do Estado para 2019.
No seu discurso, André Silva salientou que "pelo 4.º ano consecutivo o PAN pode afirmar que o próximo Orçamento do Estado não é apenas o Orçamento do PS".
"Evidentemente que o documento final está longe do que gostaríamos, mas preferimos ver o copo meio cheio, porque é um facto que mesmo com uma reduzida representação, conseguimos inscrever algumas medidas importantes", afirmou o deputado, que votou a favor do documento na generalidade.
André Silva elencou algumas das medidas com a marca do partido neste Orçamento, como o reforço de meios para o combate ao tráfico de seres humanos ou a inclusão de intérpretes de língua gestual portuguesa nos serviços de urgência médico-cirúrgica, entre outras.
"Mas o trabalho do PAN não se esgota em medidas aprovadas. Relevante neste ano de 2018 foi a evolução do debate político e social, com uma dimensão nunca alcançada, em torno da inefável tauromaquia", assinalou o deputado do PAN, que lamentou que "o avanço civilizacional do governo e o humanismo de António Costa" tenham sido insuficientes para que "os toureiros deixassem de estar isentos de pagar impostos".
André Silva criticou a "coligação PCP-CDS-PSD, que há 15 anos legalizou os touros de morte", por se ter juntado novamente para rejeitar esta isenção.
"Do CDS e do PCP não houve surpresas. Quando chamados a decidir sobre conferir o alargamento da proteção aos mais fracos, nunca falham! Votam sempre contra", criticou, considerando mais incompreensível que o PSD se tenha deixado "colonizar pelo ultraconservadorismo".
André Silva concluiu que é necessária "mais força" eleitoral para o PAN.
"Afinal de contas são cada vez mais as portuguesas e os portugueses que pensam como nós (...) Porque, gente capaz de pegar touros pelos cornos não falta. Falta, isso sim, gente capaz de os pegar pelo coração", apelou.