O ex-ministro social-democrata Miguel Relvas considerou, esta quinta-feira, que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, apresentou um discurso de Natal “de quem quer e sabe que é preciso dinamizar a governação”.
“O primeiro-ministro está num bom caminho. Estes discursos de Natal têm a ver sempre com a situação de se fazer um balanço daquilo que se passou no ano anterior e, neste caso, o ano coincide com o primeiro ano de Governo, e projetar o futuro”, começou por dizer Miguel Relvas, no seu espaço de comentário na CNN Portugal.
O antigo ministro de Pedro Passos Coelho complementou que, na sua ótica, “o mais importante foi que o primeiro-ministro fez um discurso a querer novamente retomar a iniciativa política”, dando conta da “dinâmica que o Governo tem de imprimir”.
“O Governo teve uma dinâmica enquanto se discutiu o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025); parte significativa do Governo estava convencida de que podíamos ou íamos para eleições, o Governo preparou-se verdadeiramente para essa situação. Este discurso demonstra que o Governo voltou a ter uma nova dinâmica”, explicou.
Miguel Relvas indicou ainda que Montenegro trouxe um “discurso de quem quer e sabe que é preciso dinamizar a governação, que é preciso apresentar propostas concretas, que é preciso olhar para as principais questões”, nomeadamente “as questões sociais, os aumentos das pensões, executar o OE com uma dinâmica mais positiva”.
“Simultaneamente, nas perspetivas de futuro, quando fala na questão da regulação dos imigrantes, foi um discurso que de A a Z foi pedagógico e que, politicamente, foi forte”, disse.
Recorde-se que, na sua primeira mensagem de Natal enquanto primeiro-ministro, Luís Montenegro defendeu que 2024 foi "um ano de viragem e de mudança" e assegurou que a "nova política de baixar os impostos e valorizar os salários e as pensões" está a ser realizada "com rigor e equilíbrio orçamental".
Montenegro incluiu nas prioridades para o futuro a promoção de uma "imigração regulada" e o combate à criminalidade - sem ligar os dois temas -, a par do reforço dos serviços de saúde, educação, transportes e da execução do "maior investimento em habitação pública desde os anos 90".
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