O vereador comunista João Ferreira considerou, esta quinta-feira, que “é possível” que Lisboa seja “uma cidade limpa”, o que “exige outra gestão” que não a do presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas.
“Além da manifesta incompetência na manutenção da higiene e limpeza urbana, a gestão Moedas desprezou compromissos assumidos com os trabalhadores. Aqui chegados, é possível termos uma cidade limpa. Mas isso exige outra gestão, competente, que valorize e respeite os trabalhadores”, escreveu o representante do PCP na rede social X (Twitter).
Recorde-se que, também esta quinta-feira, a CML reconheceu que a capital vive "uma situação difícil" em resultado do impacto da greve de trabalhadores da higiene urbana, cuja adesão rondou hoje os 80%, segundo um sindicato do setor.
Além da manifesta incompetência na manutenção da higiene e limpeza urbana, a gestão Moedas desprezou compromissos assumidos com os trabalhadores. Aqui chegados, é possível termos uma cidade limpa. Mas isso exige outra gestão, competente, que valorize e respeite os trabalhadores.
— João Ferreira (@joao_ferreira33) December 26, 2024
"É uma situação difícil, como já prevíamos, pois esta altura é um momento de muita produção de resíduos. Estamos no máximo de esforço a tentar recolher, mas, apesar das medidas adotadas para mitigar o impacto da greve, estamos obviamente em défice para o lixo que já está acumulado e para o que ainda se vai acumular", admitiu o diretor de higiene urbana da autarquia lisboeta, Pedro Moutinho, à Lusa.
A CML distribuiu pela cidade 57 contentores para deposição de lixo orgânico e reciclável, para atenuar os efeitos da greve ao trabalho extraordinário convocada pelos trabalhadores da higiene urbana do município, em curso desde quarta-feira e até 2 de janeiro.
A essa greve ao trabalho extraordinário junta-se uma greve de 24 horas durante dois dias: hoje e na sexta-feira.
A greve foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) e pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), que justificam o protesto com a ausência de respostas da Câmara aos problemas que afetam o setor, em particular ao cumprimento do acordo celebrado em 2023, que prevê, por exemplo, obras e intervenções nas instalações.
Ainda assim, a CML assegura que o acordo celebrado em 2023 está a ser cumprido, nomeadamente 13 dos 15 principais pontos.
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