No início da semana, em entrevista publicada na edição de segunda-feira do Jornal de Negócios, o ministro Matos Fernandes afirmou ser "muito evidente que quem comprar um carro a 'diesel' muito provavelmente daqui a quatro ou cinco anos não vai ter grande valor na sua troca". E, depressa chegaram as críticas, a maioria negativas.
Nesse sentido, questionou o ministro, esta quarta-feira no programa 'Negócios da Semana' da SIC, "o que mudou com as minhas declarações?", lembrando que o "aviso, o alerta" que fez " muitos outros antes de mim o repetiram".
Mais, acrescentou. "O que disse é uma evidência que ninguém contrariou. Muitos discordaram, mas nenhum disse que [eu] não tinha razão em fazer este aviso. Isto é uma evidência e não sou eu que o determino", afirmou Matos Fernandes justificando a polémica causada com as suas declarações.
E para comprovar as suas afirmações, o governante mencionou a comissária europeia da Indústria, Elzbieta Bienkowska, que em maio do ano passado alertou que "os carros a diesel estão acabados", e até fabricantes de automóveis como a Volvo, que anunciou que no "final deste ano deixará de produzir carros com motor a diesel".
Matos Fernandes reforçou, também, ser "evidente que temos mesmo de deixar de usar combustíveis fósseis", lembrando que em "2030 um terço dessa mobilidade deve ser elétrica". Por isso, explicou, "são os veículos elétricos que vão ganhar mais valor e o preço vai reduzir com a massificação". Em sentido inverso, sublinhou, "os outros veículos irão, de uma maneira geral, perdendo valor".
"Daqui a quatro/cinco anos, um veículo elétrico custará menos do que um a combustão. Mas ninguém está a proibir a compra de um autómovel a diesel, agora que vai haver uma mudança, vai", reiterou o ministro do Ambiente.
[Notícia atualizada às 22h50]