Na mesma carta, o antigo presidente da Câmara do Fundão entre 2002 e 2012 comunica também que não se vai recandidatar ao cargo de deputado da Assembleia da República, que exerce atualmente.
Fazendo uma alusão à acusação do Ministério Público, que o constituiu como arguido por suspeitar de alegados crimes de prevaricação e corrupção quando liderava o município do Fundão, Manuel Frexes considera "inaceitável" e "insuportável" a "condenação mediática" a que diz ter sido sujeito.
"Assim não vale a pena estar na política. Por ter a consciência tranquila com o meu percurso, por respeitar o meu partido e os militantes que me escolheram para liderar a distrital do PSD de Castelo Branco, tomei a decisão de convocar eleições para a distrital do partido e não me recandidatar ao cargo de deputado na Assembleia da República", pode ler-se na carta assinada pelo líder demissionário, que acredita dever fazê-lo nesta fase, após as eleições europeias e antes da escolha dos candidatos a deputados pelo círculo de Castelo Branco.
Questionado pela agência Lusa, Manuel Frexes explicou que o seu mandato terminaria apenas em julho de 2020, tendo reunido a comissão distrital na sexta-feira, momento em que os restantes membros presentes também acompanharam o líder na demissão.
Segundo o deputado do PSD, as eleições para a distrital vão decorrer em 06 de julho.
Manuel Frexes, que apoiou Santana Lopes nas eleições à liderança do PSD, sublinhou que a razão principal para apresentar a demissão "são os julgamentos em praça pública".
Questionado sobre se o facto de ter apoiado o candidato vencido à liderança do PSD teve algum peso, Manuel Frexes recusou prestar qualquer esclarecimentos, remetendo para a carta enviada aos militantes.
Nesse documento, o líder demissionário apenas afirma que não vai aproveitar a sua saída da liderança da distrital "para fazer a crítica pública", apelando à "união e ao cerrar de fileiras" dentro do partido.