Em conferência de imprensa em Lisboa, Rui Rocha foi questionado se, caso seja reeleito líder da Iniciativa Liberal na próxima Convenção Nacional do partido, em 01 e 02 de fevereiro, descarta a possibilidade de se recandidatar daqui a dois anos.
"Era o que faltava", respondeu Rui Rocha, afirmando que não pretende limitar nenhum dos seus direitos de cidadão ou de membro da IL à partida e que a sua recandidatura atual "não exclui outras decisões a tomar no futuro".
"Olhando a energia que eu tenho agora, chega para este mandato e para muitos mais. Mas isso é uma questão que deverá ser avaliada no momento certo. Agora, trata-se da recandidatura, é disso que estamos a falar, mas não excluo nenhum cenário à frente", reforçou.
Sobre as próximas eleições parlamentares, previstas para 2028, caso não haja dissolução da Assembleia da República antes - Rui Rocha assumiu que tem vontade "de fazer mais umas legislativas".
"Tenho mesmo essa vontade, é algo que me desafia, é algo que eu acho que vai ser muito importante para o partido", disse.
Nesta conferência de imprensa, Rui Rocha abordou ainda a posição do partido quanro às eleições presidenciais de 2026, reiterando que a IL não se revê em qualquer das personalidades que tem sido apontada.
"Portanto, ou alguém que ainda não apareceu manifesta a vontade pessoal de avançar e corresponde a uma ideia de visão liberal, ou então a IL apresentará [um candidato], no sentido de que apoiará uma candidatura de um membro seu à Presidência da República", afirmou.
Sobre se ele próprio poderia ser o candidato da IL a essas eleições, Rui Rocha afastou desde logo essa ideia e referiu que o ex-líder e atual eurodeputado João Cotrim Figueiredo também não será candidato.
"Eu próprio porque decidi que não, não quero, e o João Cotrim Figueiredo [não será] porque a IL tem uma característica que é apresentar caras novas em diferentes eleições", disse.
Sobre as personalidades que são atualmente apontadas para as presidenciais, o líder da IL considerou indesejável que alguns, atualmente em funções públicas, as possam "usar para fomentar a sua candidatura", defendendo que deveriam renunciar às suas funções atuais e assumirem que tencionam correr a Belém.
Relativamente às autárquicas, Rui Rocha afirmou que o partido estabeleceu o objetivo de crescer nessas eleições - nas últimas, teve 1,30% -, mas não quis estabelecer desde já um meta fixa, referindo que a irá apresentar na moção estratégica com que se irá candidatar à liderança da IL.
"Mas é com esse propósito que eu me apresento também a esta reeleição: fazer crescer a IL em todas as eleições", disse.
O líder da IL referiu ainda que, nas autárquicas, o partido só se coligará em casos excecionais, consoante três critérios: que a solução seja "de confiança", "vencedora" e "transformadora no sentido liberalizante da vida das pessoas".
Rui Rocha não rejeitou uma eventual coligação pré-eleitoral com Carlos Moedas, mas afirmou que, a acontecer, terá de ser "para fazer diferente", e referiu que o mesmo se aplica ao Governo da Aliança Democrática (AD).
"Neste momento, a AD está no poder. Se for para ser igual àquilo que foi executado até agora e que vai ser executado, então nós não vamos lá fazer nada", afirmou, acrescentando que está "absolutamente convencido" que, em próximas eleições legislativas, a IL deverá apresentar "no seu modo natural".
"Ou seja, com as suas ideias e as suas propostas, porque a IL tem de ganhar mais dimensão eleitoral para ter mais capacidade de influenciar as políticas", disse.
Leia Também: Rui Rocha exige esclarecimentos sobre novo aeroporto ao Governo