Governo devia ter tido "ação política mais pronta" no caso das golas
A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, defendeu hoje uma "ação política mais pronta" por parte do Governo no caso das golas antifumo, no qual o presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil foi constituído arguido.
© Blas Manuel
Política Assunção Cristas
"O CDS tem tido uma posição muito atenta e crítica em relação a este processo, respeitamos a justiça e os tempos da justiça, mas gostaríamos que o Governo tivesse ação política mais pronta. Infelizmente vemos que ela só aparece quando a justiça já começou a fazer o seu trabalho", referiu Assunção Cristas, em declarações aos jornalistas, após uma visita à Clínica da Misericórdia, em Setúbal.
Neste sentido, a presidente do CDS criticou também o primeiro-ministro, António Costa, considerando "lamentável" que o governante ainda não se tenha pronunciado sobre esta situação.
"Achamos lamentável que o primeiro-ministro só fale ou, neste caso, nem fale, quando a justiça começa a atuar", frisou.
O presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Mourato Nunes, e o secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, que se demitiu na quarta-feira, foram constituídos arguidos na investigação ao negócio das golas antifumo (golas que fazem parte do 'kit' distribuído à população no âmbito do programa "Aldeia Segura, Pessoas seguras").
O Ministério Público (MP) está a investigar os negócios efetuados no âmbito deste programa, nos quais foram distribuídos cerca de 70 mil ´kits´ com as golas antifumo, e "Rede Automática de Avisos à População" (SMS) por suspeitas de fraude na obtenção de subsídio, de participação económica em negócio e de corrupção, tendo sido realizadas na quarta-feira oito buscas domiciliárias e 46 não domiciliárias.
As buscas decorreram em vários locais, incluindo o Ministério da Administração Interna, a Secretaria de Estado da Proteção Civil, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e Comandos Distritais de Operações de Socorro e empresas que realizaram contratos com o Estado.
No fim de julho, o adjunto do secretário de Estado da Proteção Civil, Francisco Ferreira, demitiu-se, depois de ter sido noticiado o seu envolvimento na escolha das empresas que produziram os 'kits' de emergência.
Numa nota divulgada na quarta-feira, através da ANEPC, Mourato Nunes negou ter qualquer envolvimento no caso. Já o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, reiterou esta quarta-feira a "plena confiança" no presidente da ANEPC.
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