Centeno disponível para debater com Rui Rio cenário macroeconómico

O ministro Mário Centeno, candidato a deputado pelo PS, mostrou-se hoje disponível para debater com o presidente do PSD, Rui Rio, as previsões macroeconómicas dos programas eleitorais dos dois partidos.

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© Reuters

Lusa
30/09/2019 12:34 ‧ 30/09/2019 por Lusa

Política

Eleições

 

"news_bold">"Se houver algum candidato a deputado do PSD, em particular o Dr. Rui Rio, que queira debater estas questões comigo, não terei nenhuma dificuldade em fazê-lo", disse Mário Centeno aos jornalistas na sede do PS, no largo do Rato, em Lisboa.

O ministro disse também que Rui Rio confunde "o sucesso da economia portuguesa com o Partido Socialista", em resposta às afirmações do líder do PSD, que disse no domingo que "há uma grande confusão" entre Mário Centeno ministro e Mário Centeno candidato a deputado.

Apesar de se mostrar aberto a discutir com Rui Rio os programas, Mário Centeno assegurou ser "o oposto da fulanização da política em qualquer instância e em qualquer momento".

O debate público "não deve ser fulanizado, ao contrário daquilo que acabou por ser por quem, na verdade, não tem projeto para apresentar". "Se nos focarmos nas medidas, se nos focarmos na forma e na credibilidade que essas medidas têm, nós temos tudo o que temos para apresentar e debater", considerou o candidato a deputado por Lisboa.

Na quinta-feira, Mário Centeno não se tinha mostrado aberto a debater os programas macroeconómicos com Joaquim Sarmento, um dos responsáveis do programa e da área económica do do PSD.

"Estamos num processo eleitoral, tivemos os debates entre os líderes de cada um dos partidos. Esse é o debate que se espera que exista numa eleição. Todos os outros são feitos entre cabeças de lista e candidatos a deputados. Acho que não é desse debate que estamos a falar, portanto não é bem um debate eleitoral", disse Mário Centeno na quinta-feira, à margem de um encontro com empresários na Nerlei - Associação Empresarial de Leiria.

O presidente do PSD, Rui Rio, tinha desafiado na terça-feira o ministro das Finanças, Mário Centeno, a aceitar debater com o seu porta-voz para as Finanças, Joaquim Sarmento, as contas e modelos económicos dos dois partidos.

Hoje, Mário Centeno disse que "os líderes debatem com os líderes, os candidatos debatem com os candidatos".

Já no domingo, relativamente à "grande confusão" entre Mário Centeno ministro e Mário Centeno candidato a deputado, Rui Rio afirmou que Centeno "aproveita-se em larga medida do facto de ser ministro das Finanças para fazer intervenções que são mais próprias de quem é candidato a deputado, como ele é, neste caso pelo círculo de Lisboa".

Hoje, na resposta, Centeno afirmou que "o Dr. Rui Rio tem mostrado uma facilidade de argumentos e de mudança de argumentos muito significativa ao longo dos últimos dias", e que quando se apresenta como candidato a deputado, o líder do PSD "apresenta-se com uma clarividência que às vezes parece até estranhar", ao passo que enquanto comentador político "torce os argumentos e usa argumentos que são claramente contraditórios com os que às vezes utiliza enquanto candidato a deputado".

"A verdade é que o mesmo ministro das Finanças que apresenta o sucesso da economia portuguesa, das suas contas públicas, da sua sustentabilidade, é o candidato a deputado pelo PS que depois baseia as propostas que tem para fazer nesse mesmo Portugal, nessa mesma realidade", sustentou Mário Centeno.

O candidato a deputado afirmou ainda que o país, as variáveis e os resultados "são os mesmos independentemente de sermos ministros ou candidatos a deputado".

Rio acusa Centeno de baralhar os números para "enganar as pessoas"

Entretanto,  Rui Rio acusou Mário Centeno de baralhar propositadamente os números para "enganar as pessoas" e "confundir completamente os portugueses".

À margem de uma visita à adega cooperativa regional de Monção, no distrito de Viana do Castelo, o presidente do PSD disse ter "a certeza, pelo pouco" que viu, que a conferência de imprensa de Mário Centeno, que decorreu hoje na sede do PS, teria objetivo de "confundir completamente os portugueses".

"Na minha leitura, o dr. António Costa baralha os números porque não os domina, o dr. Mário Centeno domina-os mas baralha propositadamente para enganar as pessoas", vincou.

Para Rui Rio, é "lamentável que alguém que, apesar de tudo, é o ministro das Finanças e se deve comportar tecnicamente acima de qualquer suspeita, baralhe os números todos de forma absolutamente ridícula".

Mas as críticas feitas hoje pelo líder do PSD atingiram também o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa.

"Eu ouvi, por exemplo, o primeiro-ministro ontem [domingo] dizer que nós queremos baixar a carga fiscal em 3,7 mil milhões de euros e, ainda assim, a receita fiscal cresce dois mil milhões de euros. Está completamente fora dos números, não tem noção nenhuma do que está a dizer", sustentou.

Pelas contas de Rio, se a carga fiscal for baixada em 3,7 mil milhões de euros, a receita fiscal "não sobe dois, sobe 5,4" mil milhões.

Então, na ótica do líder social-democrata, também o socialista "confunde as pessoas desta maneira".

"As pessoas não têm noção disto mas o que é verdade é que ele também não tem noção", assinalou, criticando que António Costa "não está dentro dos números minimamente".

PSD tem 4.750 milhões de euros por explicar no seu programa?

Mário Centeno considerou também que PSD tem 4.750 milhões de euros por explicar no seu programa eleitoral, acrescentando que há propostas "materialmente impossíveis" no cenário social-democrata e que o programa económico do PSD levará "à instabilidade das políticas económicas".

Em resposta, o líder social-democrata anunciou que "o professor Joaquim Sarmento vai, daqui por pouco tempo" comentar "ponto a ponto aquilo que o professor Mário Centeno disse", antecipando que, enquanto professor de finanças públicas, o porta-voz social-democrata para essa área vai dar uma aula" a Centeno "para ele saber ler o quadro macroeconómico do PSD".

Questionado também sobre as declarações do líder socialista - que disse que aqueles que querem um Governo sem o PS têm "muitas alternativas", desejando "que possam ir rio abaixo" à procura de uma alternativa que acreditem que fará melhor do que o PS -, Rio riu-se e respondeu que a alternativa para o PSD "é rio acima".

"A campanha eleitoral tem estes 'faits-divers' e não tem problema nenhum. Um momento em que [Costa] quis ter piada, pronto, quem acha graça ri-se, quem não acha não ri ou sorri, não tem problema nenhum isso", apontou.

 

 

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