O chefe do Governo contrapôs que se trata de um princípio fundamental da UE, a solidariedade entre estados-membros.
Segundo o deputado liberal, "33 anos depois da adesão de Portugal à UE, continua-se a ir a Bruxelas todos os anos lutar por mais umas esmolas dos países ricos europeus. Em vez de ambicionarmos deixar de precisar do fundo de coesão e outros fundos, mendigam-se migalhas de fundos destinados a objetivos definidos em Bruxelas". "Em 2004, a UE tinha 15 países-membros. Desses, só dois continuam pobres ao ponto de ainda precisarem de fundos de coesão: Portugal e a Grécia, exatamente os países menos liberais e mais estatistas", acrescentou.
"É alegre verificar que, ao menos, se mantém coerente e que não teve ainda necessidade de mudar o seu programa. É assim um verdadeiro liberal, contra qualquer apoio mesmo ao seu país. Assim é que é!", ironizou António Costa.
Para Cotrim Figueiredo, "a verdadeira coesão que os liberais querem é deixar de precisar dos fundos de coesão, de crescer mais do que os países" da mesma dimensão e que concorrem com Portugal.
"[O Governo] Não sabe viver sem o dinheiro dos outros europeus. Todos conhecemos a famosa frase ?o socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros'. É triste que Portugal seja, diz a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), o único país do grupo de coesão que não irá crescer a mais de 2% em 2020 e 2021, que tenha sido ultrapassado por vários países do Leste e seja hoje mais pobre que a Eslovénia", lamentou.
"O que é triste é o sr. deputado entender que os fundos europeus são uma esmola e não um dever de solidariedade que é aquele valor fundamental em que assenta o projeto europeu. Ainda é mais triste verificar que não deu conta que não há um único país da UE que não receba fundos de coesão", contrariou o primeiro-ministro.