"Francisco Rodrigues dos Santos és seguramente um jovem com potencial, mas em democracia, se queres dar-te ao respeito, começa tu por mostrar respeito pelos teus adversários", afirmou Pires de Lima perante o 28.º Congresso centrista.
O antigo ministro da Economia defendeu que se deve "dar tempo" ao candidato Francisco Rodrigues dos Santos para "apurar a sua cultura democrática, a cultura de respeito pelos outros e por quem pensa diferente", suscitando uma sonora vaia por parte dos congressistas.
"Eu não quero ver o CDS voltar aos comportamentos tribais que o diminuíram em 1996, 1997 e 1998, um partido de máscara jovem mas de um conservadorismo retro, que não respeitava quem pensava diferente", afirmou, insistiu que "o CDS não é uma tribo" e "pretender ser a casa sedutora da direita e do centro democrático".
Perante os assobios, Pires de Lima, que já tinha esgotado o seu tempo de intervenção, de três minutos, retomou a palavra para afirmar que espera "que não seja este o espírito de intolerância que venha amanhã a liderar o partido".
Comentando a expressão "a quadrilha das esquerdas unidas tomou de assalto o sistema parlamentar", presente na moção por apresentada pelo candidato Francisco Rodrigues dos Santos, Pires de Lima valeu-se da definição de quadrilha no dicionário: "corja, bando de ladrões e/ou assaltantes, aglomerado de pessaos que se juntam para assaltar ou roubar".
"Assim qualifica os adversários políticos a moção 'Voltar a acreditar'. Há quem goste, há até quem aplauda, eu não", vincou.
António Pires de Lima manifestou no final o seu apoio a João Almeida, o único deputado na corrida à sucessão da atual líder do partido, Assunção Cristas, e deixou uma advertência: "O congresso tem de fazer escolhas claras, não aceites liderar o partido se a tua estratégia não for a mais votada".
"Precisamos de fazer escolhas e eu acho que o João, com a sua experiência, pode unir e recuperar o partido", justificou.