"Com este Governo e com estas alianças parlamentares, os portugueses poderão ter aumentos salariais de 0,5% ou 0,7%, mas nunca terão os aumentos que os catapultem para os padrões de vida europeus", defendeu.
O líder reeleito do PSD alertou que "é cada vez mais estreita a diferença entre salário mínimo nacional e o salário médio" e que tal só pode ser alterado com a inversão do modelo económico.
"Sem alterar o seu modelo económico e sem coragem para seguir uma política reformista, o país nunca chegará aos padrões médios da União Europeia. Dito de outra forma, com esta governação os portugueses podem ter alguma ambição, desde que ela seja poucochinha", acusou.
Rio atacou também "a maior carga fiscal da história de Portugal", que classificou própria de uma governação "fortemente marcada pela ideologia comunista e socialista".
"Cobrar mais impostos para saciar a permanente vontade de crescimento da despesa pública corrente é marca da governação socialista, que o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda acarinham e incentivam", criticou.
Num discurso de 50 minutos em que fez uma análise global da governação, Rio aconselhou os partidos e agentes políticos a "serem mais comedidos nas promessas e mais preparados para a ação".
"Adiar reformas, varrer os problemas para debaixo do tapete e fazer o discurso de que tudo está bem, como é o timbre da atual governação, não é uma postura responsável nem adequada", avisou.
Rio atacou o modelo económico defendendo pelo Governo, assente no crescimento do consumo privado, que atribuiu à sua "união de facto com os partidos da esquerda mais radical".
"Da forma como o Governo tem vindo a fazer, jamais o país terá condições de pagar melhores salários e conseguir que a nossa economia possa criar melhores empregos", considerou.
Numa parte mais ideológica da sua intervenção, o líder social-democrata defendeu que o Governo "e os seus aliados" estão "amarrados às conceções mais primárias de luta de classes" e ainda "veem o capital como o elemento explorador do trabalhador".