"Quão importante foi, num quadro muito difícil, saber que a luta permitiu vitórias, pequenas dirão alguns, mas os lutadores precisam sempre das vitórias porque é das pequenas que, depois, se fazem as grandes", disse.
O líder comunista falava para reformados na sessão pública 'Intervir, Lutar, Avançar', na Senhora da Hora, em Matosinhos, no distrito do Porto.
Perante uma sala cheia, Jerónimo de Sousa referiu que o PCP se absteve na votação do Orçamento de Estado e, na justificação, disse que não votou contra porque o que foi alcançado na legislatura passada "não andou para trás" e não votou a favor porque o orçamento é "limitado e insuficiente" e "trava o ritmo" a novas medidas que "urge" responder.
Uma dessas medidas concerne os reformados, pensionistas e idosos, sublinhou.
Apesar de dizer que a proposta dos aumentos extraordinários das pensões não ter sido "concretizada plenamente", o secretário-geral vincou que sem ela "não teria sido possível" inscrever um aumento extraordinário de dez euros das pensões até aos 688,22 euros e de seis euros para pensões que foram atualizadas entre 2011 e 2015.
"Assim, sem a intervenção do PCP, os aumentos para 2020 ficariam nos 0,7% para as pensões até 877 euros e de 0,24% para pensões acima desse valor", vincou.
Esta medida tem uma "importância fundamental" porque significa a conquista de direitos por muitos e, apesar de não verem a sua vida resolvida, viram-na melhorada, considerou.
Jerónimo de Sousa recusou a ideia, "que anda por aí e serve de desculpa para aumentar a idade da reforma e negar aos reformados melhores condições de vida", de que é o envelhecimento da população que está a criar e cria um problema à Segurança Social e ao país.
"Afirmamos com clareza que a velhice não pode continuar a ser transformada num negócio, seja para os fundos de pensões, seja para ampliar o negócio privado da saúde ou ainda para alimentar o negócio da privatização da rede de equipamentos e serviços de apoio à terceira idade e da rede de cuidados paliativos", concluiu.