"Até que haja pronúncia pelas autoridades devemos evitar todos criar alarme social injustificado. O mais importante é todos cumprirmos um dever de ponderação da pronúncia pública. Todas as palavras devem ser medidas", declarou à agência Lusa José Luís Carneiro.
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, anunciou que a medida de montar um cerco sanitário no Porto está a ser equacionada entre as autoridades de saúde regionais, as autoridades de saúde nacionais e o Ministério da Saúde "e provavelmente hoje será tomada uma decisão nesse sentido".
Na reação, a Câmara do Porto comunicou que "deixou de reconhecer autoridade à senhora diretora-geral da Saúde, entendendo as suas declarações de hoje como "um lapso seguramente provocado por cansaço".
Interrogado sobre esta polémica entre a Câmara do Porto e a Direção Geral da Saúde (DGS), o secretário-geral adjunto do PS observou que os cidadãos "estão muito preocupados" com a atual situação no plano da saúde, razão pela qual "todas as palavras devem ser medidas".
"O espírito de diálogo e de boa cooperação entre todas as instituições - das autoridades nacionais ao Poder Local - é absolutamente indispensável, quer do ponto de vista vertical, quer do ponto de vista horizontal", frisou.
José Luís Carneiro deixou mesmo um apelo: "O diálogo, a concertação e a cooperação - aliás, como tem vido a existir ao longo das últimas semanas - são essenciais para que todos sejamos capazes de vencer esta grave circunstância que estamos a passar".
Segundo o "número dois" da direção dos socialistas, no âmbito do diálogo existente, envolvendo o Presidente da República, o primeiro-ministro e os líderes partidários, "é importante ouvirmos aquilo que as autoridades de saúde têm para dizer sobre a evolução da pandemia, designadamente quando é expectável que o pico [de casos de infeção] possa ocorrer".
A partir daí, na perspetiva de José Luís Carneiro, serão avaliadas medidas "de maior rigor no controlo de movimentos das pessoas, ou, então, de maior flexibilização".
"Até lá, devemos evitar criar alarme social injustificado", acrescentou.