Rodrigues dos Santos insta Governo a implementar medidas do CDS e do PSD

O presidente do CDS-PP instou hoje o Governo a implementar as medidas propostas pelos centristas e pelo PSD na área económica, e pediu um aumento dos testes à covid-19 para que a situação seja avaliada "sem enviesamentos nem deturpações".

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Lusa
07/04/2020 15:50 ‧ 07/04/2020 por Lusa

Política

Coronavírus

 

Francisco Rodrigues dos Santos começou por dizer que "o CDS encarou este prolongamento do estado de emergência como estritamente necessário, uma vez que se mantêm todos os pressupostos que justificaram desde a primeira hora, e por ser ainda bastante prematuro aliviar nas medidas que estão a ser adotadas".

No entanto, alertou que "esta dilatação do período obriga o Governo a tomar medidas que, do ponto de vista económico, minimizem o impacto negativo desta crise" e "protejam as famílias".

Falando aos jornalistas no final da terceira reunião técnica sobre a "Situação epidemiológica da covid-19 em Portugal", no Infarmed, em Lisboa, Francisco Rodrigues dos Santos assinalou que, na segunda-feira, "o PSD, com um verdadeiro sentido institucional, veio defender muitas das propostas que já vinham a ser remetidas pelo CDS em primeira mão".

O líder do CDS apontou também que a medida do Governo de alargar os apoios aos sócios-gerentes das empresas, mas considerou-a "bastante insuficiente" e salientou que, no que toca ao "conjunto de medidas que o CDS propôs, que o PSD à posteriori veio decalcar, espera-se que o Governo possa concluir esse ciclo de consenso para que elas sejam implementadas".

Na ótica do partido, "é fundamental injetar liquidez na economia", fazer "um choque de tesouraria no tecido empresarial" e "proteger os rendimentos das famílias", proibir "o corte de luz e água durante o estado de emergência", fazer um "ajustamento da tabela de retenção na fonte", garantir o "pagamento de dívidas" públicas e ainda proporcionar uma "prestação social extraordinária" para profissionais liberais.

No final da reunião, Francisco Rodrigues dos Santos insistiu também na necessidade de aumentar os testes realizados, pedido que "haja uma maior robustez dos sistema de vigilância, que passa por um reforço dos meios de deteção e rastreio da covid-19", e considerando que "não estão a ser realizados a uma escala manifestamente suficiente".

"Se o Governo de Portugal, através do Ministério da Saúde e da DGS, não exercer uma opção preferencial por uma testagem massificada - dito por outras palavras, testar, testar e testar -, não será possível com rigor e com exatidão avaliar o declive da curva da propagação da covid-19", vincou o presidente democrata-cristão.

Para o CDS, "os testes são fundamentais" para perceber, "sem enviesamentos nem deturpações", qual é o "estado da arte que atualmente se vive em Portugal" e permitem também "orientar a prevenção e as estratégias adotadas pelos representantes políticos".

O líder democrata-cristão pediu igualmente ao Governo que garanta equipamentos de proteção para todos os profissionais de saúde, socorro ou segurança.

"Num tempo em que Governo tem poderes máximos, a eficácia da sua resposta não pode ser mínima", destacou, adiantando que "o CDS manterá naturalmente uma postura construtiva na relação com o Governo, procurando unir e não dividir, apresentando as suas soluções que, do ponto de vista da eficácia, permitem ajudar as populações a vencer esta crise".

"Mas se damos unidade queremos receber responsabilidade, se damos coesão queremos uma rápida ação da parte do Governo e se somos leais reclamamos que haja uma maior eficácia do ponto de vista das respostas que estão a ser dadas", insistiu.

De acordo com o presidente do CDS, o que ouviu na apresentação permite-lhe "dar uma palavra de ânimo aos portugueses" porque "o esforço e as medidas de contenção" adotadas "estão a surtir um efeito positivo".

Portugal regista hoje 345 mortos associados à covid-19, mais 34 do que na segunda-feira, e 12.442 infetados (mais 712), segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

 

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