Esta quarta-feira ficou a saber-se que Rui Pinto vai ficar em prisão domiciliária. O pirata informático irá também colaborar com a Polícia Judiciária. Neste contexto, André Silva, do PAN, foi uma das vozes que se levantou a favor do hacker.
No Facebook, o líder do partido asseverou que "a notícia da libertação de Rui Pinto (após mais de um ano de prisão preventiva) e de que vai passar a colaborar com a justiça portuguesa é excelente para o combate à corrupção e para quem defende um Portugal mais íntegro."
Para André Silva, "esta solução só peca por tardia" e a "justiça portuguesa mostra hoje uma enorme maturidade".
"Esperemos que agora haja finalmente a vontade de aproveitar as informações detidas por Rui Pinto e que não acabem por dominar os medos de poderes instalados", considerou também.
De recordar que também Miguel Sousa Tavares referiu, ontem à noite na TVI, que "neste momento, há muita gente que não vai dormir tranquila nem sequer vai jantar tranquila com esta notícia".
Já Ana Gomes, em declarações à Lusa, afirmou que espera "que a colaboração que agora está finalmente aberta entre as autoridades de investigação criminal e tributária e Rui Pinto permita recuperar rapidamente avultados ativos que foram desviados dos cofres públicos pela criminalidade organizada, financeira, fiscal e outra, que Rui Pinto expôs através dos Football Leaks e dos Luanda Leaks".
Rui Pinto, que estava em prisão preventiva desde 22 de março de 2019, foi colocado na quarta-feira em prisão domiciliária, mas em habitações disponibilizadas pela Polícia Judiciária (PJ) e sem acesso à internet, por decisão do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.
O criador do Football Leaks e autor das revelações do Luanda Leaks, apresenta "agora um sentido crítico e uma disponibilidade para colaborar com a justiça", segundo o despacho judicial que determinou a alteração da medida de coação.
Em janeiro, o Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa decidiu levar a julgamento o advogado Aníbal Pinto (apenas pelo crime de tentativa de extorsão à Doyen), e Rui Pinto por 90 crimes de acesso ilegítimo, acesso indevido, violação de correspondência, sabotagem informática e tentativa de extorsão, mas deixou cair 57 dos 147 crimes pelos quais o arguido havia sido acusado pelo Ministério Público (MP).