Em comunicado, o PAN lamenta e condena "totalmente" a destruição de hortas comunitárias na zona de Francos, freguesia de Ramalde, e diz já ter dado seguimento a uma denúncia, junto das entidades competentes, pela "morte a frio de animais".
Com base em relatos de munícipes, o PAN adianta que foram "alegadamente" destruídas as hortas comunitárias que eram diariamente cultivadas e cuidadas, num terreno particular, por mais de 20 moradores daquela zona.
"Na sua maioria, residentes em habitações municipais e para quem as hortas representavam uma forma de se alimentarem, de conseguirem algum rendimento com as suas produções e, ainda, um elemento fundamental para a promoção da sua saúde mental", esclarece o partido.
Acrescentando que, além da destruição dos produtos agrícolas, também os animais que lá se encontravam foram "trucidados pelas máquinas".
Citada no comunicado, Bebiana Cunha, deputada municipal pelo PAN no Porto, considera "lamentável que não tenha havido qualquer respeito, solidariedade e empatia" pelos moradores.
"Acresce de especial crueldade este ato, se atentarmos à idade dos visados, que na sua maioria já serão idosos e para quem o simples cuidar da sua horta representava uma forma de se manterem ativos, contribuindo positivamente para o seu bem estar psicológico", defende a deputada à Assembleia da República pelo círculo do Porto.
Além de ter denunciado a situação, o partido diz também já ter desafiado a Câmara Municipal do Porto a encontrar "uma parcela de terreno municipal nas proximidades" onde estes moradores possam refazer as suas hortas comunitárias.
Na terça-feira, o jornal Público avançava que o proprietário do terreno teria avisado os 24 "agricultores" do bairro camarário de Francos "uma ou duas semanas antes de tudo ser destruído".
"A retroescavadora entrou no espaço, junto à linha de metro, e levou tudo à frente. Os pequenos barracos existentes, apoio para quem ali cultivava, foram demolidos. Galinhas e ninhadas de coelhos foram mortos", afirmava aquele jornal, com base nos depoimentos dos moradores, que acabaram por contratar um advogado e pedem, agora, para ser "ressarcidos pelo trabalho, pelos gastos nas sementes e pela colheita perdida".
Citando a Câmara Municipal do Porto, o jornal Público adianta que está em curso um Pedido de Informação Prévia (PIP) para aquele terreno privado, que "prevê a sua urbanização, em cumprimento preconizado no Plano Diretor Municipal (PDM)", onde está também prevista a "continuidade do troço viário já iniciado e que ligará a Rotunda do Bessa à Rua de Frederico Ozanam".