Ventura "teve muito mau perder depois de levar baile de Quaresma"
Primeiro-ministro lembrou ao deputado único do Chega que as pessoas da comunidade cigana são, há séculos, "tão portugueses como qualquer um de nós" e que o direito à opinião é uma liberdade de todos. "Minha, sua, do Quaresma ou de quem quer que seja".
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Política Debate quinzenal
Respondendo a André Ventura, o primeiro-ministro disse esta quinta-feira no debate quinzenal que "não há um problema com a comunidade cigana em Portugal". "O senhor deputado é que tem um problema, é que já foi de trivela", disse Costa, referindo-se ao posicionamento de Ricardo Quaresma sobre a proposta do Chega de confinamento específico para pessoas da etnia cigana.
"Não sei se as populações de Portalegre, Moura, Beja, Elvas acharam muita graça à piada, mas pode ser que sim", atirou, com ironia, o deputado do Chega que questionou de seguida o primeiro-ministro sobre uma alegada "cunha" do secretário de Estado do Desporto, João Paulo Rebelo, para a aquisição de testes para a Covid-19.
Na resposta, António Costa disse que mantinha a confiança nos membros do seu Governo.
Sobre as dívidas aos fornecedores, o primeiro-ministro salientou o "grande esforço do Estado" do último ano para poder pagar e reduzir significativamente esse montante. "No final do mês de março, o total da dívida era de 433 milhões, menos 312 milhões do que em março do ano passado e menos 180 milhões do que em fevereiro. Ou seja, o Estado está a pagar e vai continuar a pagar", prometeu.
Retomando a questão da etnia cigana, e finalizando a resposta a André Ventura, o primeiro-ministro afirmou: "Deixe-me dizer-lhe o seguinte, eu não disse uma graça. Disse mesmo aquilo que é verdade, é que o senhor deputado resolveu criar um caso com uma parte importante dos portugueses que é a comunidade cigana, como se eles fossem estrangeiros, e não sabendo que há séculos que são portugueses como qualquer um de nós". "Aquilo que teve foi uma resposta à altura de um grande campeão nacional e de um grande jogador da nossa Seleção", disse Costa, recebendo novamente aplausos.
O primeiro-ministro realçou ainda que Ventura "teve muito mau perder depois de levar um baile do Quaresma" e que "a única resposta que teve para dar foi dizer que por ser jogador da Seleção Nacional só tinha o direito de estar calado". "Não. O direito à palavra e o direito à opinião, é uma liberdade de todos, sua, minha, do Quaresma ou de quem quer que seja", defendeu.
Catarina Martins tinha feito antes uma nota no debate sobre a proposta "inqualificável" de Ventura sobre o confinamento das pessoas de etnia cigana, avisando o deputado: "As suas ideias racistas hão de ir parar ao caixote do lixo de onde nunca deviam ter saído".
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