Rui Rio falou aos jornalistas, esta segunda-feira de manhã, após uma visita ao Colégio Nossa Senhora da Esperança, no Porto, onde teve oportunidade de acompanhar o regresso ao 'novo normal' neste dia que marca o início da terceira fase de desconfinamento. "No 11.º e do 12.º anos, a maioria dos alunos optou por ficar em casa, estão a assistir à aula estando em casa e a professora aqui. A disciplina que vi é com menos alunos, se fosse Matemática ou Português teria mais, mas muitos estão a optar por ficar em casa", começou por referir.
Já relativamente aos jardins-de-infância, o presidente do PSD afirmou que "não pôde ver in loco", mas "o que o senhor provedor diz é que se tem conseguido fazer a gestão, na medida do possível".
"Estamos a viver uma situação nova e cada dia que passa estamos a aprender um bocadinho. As escolas também estão a aprender um bocadinho. Esperamos que este conhecimento adquirido não venha a ser muito útil no futuro, mas se viermos a ter uma segunda vaga no inverno, naturalmente que tudo poderá ser feito melhor do que é feito agora", acrescentou.
Questionado sobre qual a razão de ter escolhido visitar uma escola neste dia, Rio sublinhou que "não só hoje é o Dia Mundial da Criança como hoje é mais um passo no sentido da abertura com o pré-escolar".
Já sobre o plano de recuperação encomendado a Costa e Silva, Rio disse não ter "rigorosamente nada contra ou a favor que o Governo ausculte quem quer que seja, encomende o trabalho que entender", desde que, "depois, no momento em que se for conversar sobre essas formas, o interlocutor do Governo sejam os ministros".
"Se nas reuniões com o Governo, o Engº. Costa e Silva estiver também não tenho rigorosamente nada contra. Agora não é, naturalmente, o interlocutor para os partidos da oposição e a Assembleia da República", frisou, acrescentando: "Se o Governo quer fazer um plano a longo prazo de desenvolvimento estratégico da economia portuguesa eu acho bem. Quem é que ele chama a colaborar não é da minha conta desde que, depois, o relacionamento não seja com essa pessoa. Isso não iríamos aceitar".
Quando questionado sobre se Costa e Silva poderá vir a ser ministro, antevendo esta chamada pelo Governo uma remodelação governamental, o líder da oposição foi taxativo: "Sim, se vier a ser ministro sim, mas parece-me que não vai ser ministro, tanto quanto percebi das declarações da pessoa. Quanto à remodelação não sei, tem de perguntar ao senhor primeiro-ministro".
Mais Estado na Economia?
"Mais Estado na economia, fiquei admirado com uma coisa dessas, porque aquilo que nós precisamos é de menos Estado, não é só na Economia, menos Estado no dia a dia e na nossa vida. Estado a mais já vai para além da ideologia que eu professo. Não sou liberal, mas também não podemos ter o Estado por todo o lado", destacou, recordando que o PSD vai apresentar ainda esta semana as suas ideias relativamente à recuperação económica.
Sobre a necessidade defendida por Costa e Silva de reforçar o Serviço Nacional de Saúde, Rio disse estar "de acordo". "Dito dessa forma concordo. Não me ia ouvir dizer que o SNS devia ser enfraquecido. Claro que não. O que é que por detrás disso está? O que depois vai ser apresentado? Aí temos de esperar".
Quanto à luta no combate à pandemia, o presidente do PSD advogou que o partido não "está do lado do problema" mas sim da "solução". "Temos tido uma grande elasticidade para apoiar aquilo que o Governo entende como necessário. À medida que o tempo vai avançando e nos vamos afastando dessa situação mais grave, naturalmente que tudo volta à normalidade".
"Há muita forma de fazer oposição. A minha nunca é a de estar permanentemente no bota abaixo e a dizer mal de tudo. A oposição pode auxiliar apontando caminhos alternativos. Uma coisa é aproveitar a fragilidade de um Governo decorrente da crise e agravar as críticas e tentar tirar partido disso, outra coisa é fazer uma crítica quando não estamos de acordo e entendemos que a crítica construtiva e melhora as condições do país. Uma coisa é civilizada e outra é selvagem e selvagem não gosto de ser", referiu.
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