Jerónimo de Sousa disse, esta sexta-feira, que "não podemos isolar as questões ambientais da realidade e da conjuntura" e que "o confinamento a que estivemos sujeitos teve reflexos designadamente na qualidade do ar". "Mas, independentemente desta situação concreta, pensamos que é necessário uma outra política de ambiente", defendeu em declarações aos jornalistas, em Setúbal, no dia em que se celebra o Dia Mundial do Ambiente.
Questionado sobre as medidas apresentadas ontem por António Costa no âmbito do programa de estabilização, o secretário-geral do PCP disse que "só com o conhecimento concreto, para além dos anúncios feitos pelo Governo, que assumiremos a nossa posição" e remeteu uma apreciação "num aspeto de maior especialidade" para uma declaração que o grupo parlamentar vai fazer esta sexta-feira na Assembleia da República.
No entanto, o líder comunista voltou a sublinhar quais são as preocupações do partido.
"Continuamos com preocupações sérias particularmente na área social. O lay-off, que hoje abrange 600 mil trabalhadores, não pode ser eternizado, precisa de uma evolução em que seja respeitado o salário por completo para quem está nessa situação", defendeu.
"Por aquilo que o Governo anunciou", destacou Jerónimo de Sousa, "vê-se que há procura de passos adiante". Todavia, "a verdade é esta: hoje, com esta situação, os trabalhadores de 3 em 3 meses, os trabalhadores perdem um salário. E isto com todas as consequências económicas e sociais que existirão particularmente para os mais vulneráveis", acrescentou.
Seja como for, Jerónimo está confiante de que o caminho trilhado pelo Executivo não será de retrocessos. "O Governo fará um esforço, com certeza, para que se mantenha a sua palavra dada de que não vamos voltar para trás, de que não vamos regressar aos tempos da chamada austeridade. A declaração é importante, vamos ver a sua concretização", rematou.